

A Ambipar (AMBP3) informou ao mercado na noite desta quarta-feira (8) o cancelamento da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que estava prevista para sexta-feira (10) às 10h.
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A Ambipar (AMBP3) informou ao mercado na noite desta quarta-feira (8) o cancelamento da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que estava prevista para sexta-feira (10) às 10h.
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Convocada em setembro, a AGE tinha como pauta alterações na composição do conselho de administração. A proposta previa a eleição de Ricardo Cássio Rodrigues Chagas como novo membro e presidente do colegiado. Caso a medida fosse aprovada, o conselho passaria de cinco para seis integrantes. Com o cancelamento, Alessandra Bessa Alves de Melo segue como presidente do conselho.
A decisão ocorre em meio às diferentes polêmicas que envolvem a empresa. No final de setembro, a companhia conseguiu uma tutela cautelar na Justiça do Rio de Janeiro. A medida protege Ambipar de exigências de credores por 30 dias, prorrogáveis por mais 30. Na prática, permite que a empresa tente acordo ou entre com um pedido de recuperação judicial.
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Em esclarecimentos apresentados na última sexta-feira (3), a companhia reforçou que a tutela foi prudente e indispensável para evitar o “colapso de um grupo empresarial estratégico para o país, cuja atuação projeta o Brasil no cenário internacional da sustentabilidade”
O Deutsche Bank, junto ao qual a Ambipar teria compromissos financeiros de US$ 550 milhões, está no centro da decisão da Justiça de suspender as cobranças contra a empresa. Ao pedir a tutela cautelar, a companhia informou que o aditivo em um contrato de empréstimo com o banco no exterior começou a esvaziar o seu caixa, com uma saída contabilizada de mais de R$ 200 milhões.
A Ambipar calcula o risco de um rombo de mais de R$ 10 bilhões, levando em consideração que os seus compromissos financeiros contêm cláusulas de vencimento antecipado em caso de inadimplência de qualquer uma de suas dívidas.
Segundo apuração da Coluna do Broadcast, alguns credores da empresa têm buscado identificar onde estaria o seu caixa, reportado no balanço do segundo trimestre em R$ 4,7 bilhões, dado que no pedido de proteção contra cobranças a companhia sugere insuficiência de recursos para seguir honrando compromissos financeiros. Fontes afirmam que apenas US$ 80 milhões (R$ 425 milhões) teriam sido encontrados.
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Com os desdobramentos recentes, agências cortaram a nota de crédito da Ambipar. A S&P Global rebaixou a classificação da companhia de BB- para D, o correspondente a um default (classificação que equivale a um calote da dívida). A Fitch também cortou a nota, mas em menor proporção, de BB- para C.
Já na terça-feira (7), o fundo imobiliário BM Brascan Lajes Corporativas (BMLC11) informou que não recebeu o aluguel referente a setembro da Ambipar Response, uma das unidades de negócio da Ambipar. Segundo o fundo, o calote gerou um impacto negativo de R$ 0,06 por cota, com reflexo direto na distribuição de dividendos.
O episódio somou-se a outras preocupações recentes envolvendo a empresa. Certificados de Operações Estruturadas (COEs) ligados à Ambipar fizeram muitos investidores perderem milhares de reais após a crise deflagrada. Isso porque, caso a companhia entre em recuperação judicial, deverá enfrentar dificuldades – ou um prazo mais longo – para quitar os títulos de dívida que emitiu. Contamos os detalhes dessa história aqui.
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