Fachada de loja da Americanas (Foto: PEDRO KIRILOS/ Estadão Conteúdo)
A Americanas (AMER3) adiou a divulgação do balanço do primeiro trimestre de 2024 do dia 31 de julho para 14 de agosto, mostra documento enviado ao mercado no fim da noite de quarta-feira (17). O adiamento ocorre após a empresa concluir a investigação realizada pelo seu comitê independente sobre a fraude contábil que gerou um rombo de R$ 25,3 bilhões.
Com investigação finalizada, a varejista percebeu a necessidade de enviar as evidências apresentadas pelo Comitê Independente para seus auditores independentes. Por causa disso, a companhia decidiu adiar a divulgação do balanço da Americanas de 2023 e do primeiro trimestre de 2024.
A varejista pretende divulgar todos os balanços atrasados (2023 e primeiro trimestre de 2024) juntos com o resultado do segundo trimestre de 2024 no dia 14 de agosto.
O que a Americanas fará com a conclusão da investigação?
Ontem, a companhia disse que concluiu a investigação realizada pelo seu comitê independente sobre a fraude contábil da Americanas. Segundo a varejista, a pratica era realizada com a criação de contratos fictícios de verbas de propaganda cooperada (VPC), além do lançamento incorreto no balanço de operações financeiras conhecidas como “risco sacado” e outras operações fraudulentas.
“Os responsáveis por comandar ou orquestrar as fraudes identificadas não mais integram os quadros da companhia. Diante das evidências apresentadas pelo comitê e sem prejuízo das medidas já tomadas até esta data com relação a tais fatos, o Conselho de Administração orientou a Diretoria da companhia, juntamente com seus advogados, a tomar as providências necessárias para a comunicação às autoridades competentes, como o Ministério Público Federal, Polícia Federal e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM)”, diz a varejista.
A Americanas também informou que seu Conselho de Administração orientou a diretoria para avaliar as medidas a serem adotadas para a defesa dos interesses sociais da empresa e o ressarcimento pelos prejuízos a ela causados.
No fim de junho, a Justiça brasileira decretou a prisão do ex-CEO da companhia, Miguel Gutierrez, por suspeita de fraudar o balanço da empresa. Gutierrez chegou a ser preso na Espanha, mas foi liberado após esclarecimentos. Vale lembrar que Gutierrez tem cidadania espanhola.
A Polícia Federal também emitiu um mandato de prisão para Anna Christina Ramos Saicali, ex-diretora da companhia. A brasileira, suspeita de causar um rombo de R$ 25,3 bilhões na Americanas (AMER3), se entregou no dia 1° de julho, mas não foi presa. Ela entregou o passaporte e se mostrou à disposição da Justiça.