A Ânima Educação (ANIM3) se destacou no setor de educação durante o 1T24, segundo a Guide Investimentos. A empresa reportou o seu maior lucro líquido da história em um primeiro trimestre, com R$ 104,7 milhões.
Visto com otimismo pela casa de investimentos, o ramo educacional viu a sua base de alunos crescer, após os efeitos negativos de anos recentes, causados pela pandemia – especialmente Ânima e Cruzeiro do Sul (CSED3).
Ainda em recuperação, a maioria das empresas do setor persistiu na estratégia de aumentar a presença física dos estudantes, dado que nesse modelo o ticket médio (valor médio de receita que cada aluno gera) é mais elevado e a taxa de desistência é menor.
Além disso, houve uma iniciativa geral de ajustes em infraestrutura física para se adaptar ao novo cenário, destacando-se a redução de custos, principalmente com aluguéis. Ser Educacional (SEER3) e Ânima se sobressaíram nesse aspecto, registrando as maiores reduções de custos.
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No caso da ANIM3, o valor do ticket cresceu expressivamente em meio a um controle de custos e a aquisição da Laureate, que expandiu seu alcance e portfólio de cursos ao mesmo tempo que levou a um desempenho de captação abaixo do esperado em 2024. O valor médio pago pelos clientes aumentou nesse trimestre em diferentes segmentos da empresa: 9,4% na Ânima Core, 13,8% no ensino digital e 8,1% na Inspirali (em comparação com o último trimestre de 2023).
Esse crescimento no ticket levou a um aumento significativo na receita e no Ebitda (valor da empresa sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Para o especialista Paulo Luives, da Valor Investimentos, credenciada à XP Investimentos, trata-se de um trabalho que essas empresas vêm fazendo para reduzir sua alavancagem financeira, que é o uso de endividamento para financiar suas operações e investimentos.
“Esse é um dever de casa que o setor vêm fazendo. No passado, essas empresas assumiram um alto nível de alavancagem para financiar processos de expansão, e esse problema foi exacerbado pelas altas taxas de juros”, explica Luives. “Nos últimos trimestres, essas empresas vem focando na diminuição do ritmo de aquisições, melhorias na eficiência operacional e redução de custos.”