Os dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) consideravam, na última reunião de política monetária, que mais altas nos juros seriam necessárias, a fim de que eles entrem em território “restritivo” para que a inflação retorne à meta. A informação está na ata da reunião realizada em 1 e 2 de fevereiro, publicada na quinta-feira (02).
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O documento lembra que o BCE indicou na ocasião especificamente que deveria subir os juros em mais 50 pontos-base em março, para depois disso avaliar os próximos passos. “De fato, mais altas eram necessárias para que as taxas entrem em território suficientemente restritivo, e era necessário mantê-las em níveis restritivos o suficiente para garantir um retorno no momento adequado da inflação à meta de 2% no médio prazo”, diz a ata.
A alta de juros provável para março, de 50 pontos-base, seria “consistente com uma série de cenários”, segundo o documento. Para além disso, os dirigentes pretendem garantir que reagirão a partir dos dados, tomando decisões a cada reunião.
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Houve algumas notícias positivas melhores que o previsto recentemente, mas a situação subjacente na economia “não havia mudado de maneira fundamental desde a reunião de dezembro”, aponta a ata. Os dirigentes concordam que o apoio de governos para proteger a economia do impacto dos preços elevados de energia “deve ser temporário, orientado e desenhado para preservar incentivos de consumir menos energia”.
O BCE também destaca na ata a reação nos mercados a números de janeiro da inflação, mas também acrescenta que aparentemente os investidores agora dão mais atenção ao núcleo da inflação do que ao índice cheio, no contexto atual. Os dirigentes também notaram que, no curto prazo, o ímpeto do núcleo da inflação começou a diminuir um pouco, com tendência de que recue mais com o tempo.
Os dirigentes concordaram que não há sinais de uma espiral de alta de preços, mas há pressões salariais se disseminando, em linha com as projeções de dezembro. Na reunião mais recentes, os dirigentes também viam a economia da zona do euro em melhor situação do que o esperado em dezembro, e argumentavam que fatos recentes estavam em linha com um “pouso suave”, sem recessão.
Uma perspectiva melhor de crescimento, porém, contribuiria para “pressões inflacionárias continuadas”, com isso é improvável que essas pressões parem por si, sem mais aperto na política monetária, diz o texto. Ao mesmo tempo, a ata enfatizava as incertezas do quadro, que poderiam implicar mudança nas perspectivas tanto para um lado quanto para outro.
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