A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de março, divulgada na terça-feira (28), reforça a mensagem de manutenção dos juros altos por um período longo, avalia o Citi. O banco reiterou a projeção de Selic em 12,25% no fim de 2023 – de 13,75% hoje -, com cortes a partir do quarto trimestre.
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“No geral, a ata do Copom adicionou novas informações, especialmente relacionadas à materialização de cenários alternativos, sugerindo que não há indicação de cortes iminentes da Selic”, escrevem os economistas do Citi em relatório a clientes.
Entre os pontos hawkish da ata, eles destacam a avaliação do Copom de que medidas parafiscais expansionistas – como a concessão de crédito a taxas não sensíveis à Selic – pode aumentar a taxa neutra de juros e diminuir a potência da política monetária.
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Os economistas do Citi citam ainda o parágrafo 18, no qual o Copom pregou a “separação de instrumentos” para lidar com uma eventual piora da crise financeira global ou com uma desaceleração mais forte do crédito doméstico. No texto, o comitê disse não ver “dilema na condução da política monetária entre seu objetivo de controle da inflação e o objetivo de estabilidade financeira.”
“Por fim, o Copom mencionou que o impacto do novo arcabouço fiscal sobre a condução da política monetária não é mecânico e aconteceria principalmente por meio do seu impacto sobre as expectativas de inflação”, notam, em referência ao parágrafo 18 da ata.