O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reforçou nesta terça-feira (01), por meio da ata de seu encontro de outubro, que o ambiente externo mantém-se adverso e volátil, com revisões negativas para o crescimento global. O colegiado citou o aperto das condições financeiras nas principais economias, a continuidade da Guerra na Ucrânia e a manutenção da política de combate à Covid-19 na China como os principais fatores que reforçam a perspectiva de desaceleração global nos próximos trimestres.
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Além disso, o BC ressalta que a determinação dos bancos centrais em reduzir as pressões inflacionárias e ancorar as expectativas elevam o risco de uma desaceleração global mais pronunciada. “Houve um ajuste na extensão e na velocidade do ciclo de aperto de política monetária em alguns países avançados, o que provocou um novo aperto de condições financeiras”, acrescentou o documento.
Após manter a Selic (taxa básica de juros) em 13,75% ao ano pela segunda reunião consecutiva, o Copom ressaltou que o
ambiente inflacionário global segue desafiador. O colegiado cita a normalização incipiente em cadeias de suprimento e uma queda nos preços das commodities, o que pode moderar as pressões inflacionárias de bens.
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“Por outro lado, o baixo grau de ociosidade do mercado de trabalho em algumas economias, aliado a uma inflação corrente elevada e com alto grau de difusão, sugere que pressões inflacionárias no setor de serviços podem demorar a se dissipar”, alerta o Copom.
A ata lembra que o processo de normalização da política monetária nos países avançados prossegue na direção de taxas restritivas de forma sincronizada entre países. Segundo o BC, esse movimento aperta as condições financeiras, impacta as expectativas de crescimento econômico e eleva o risco de movimentos abruptos de reprecificação nos mercados.
Sem citar diretamente a troca de governo no Reino Unido no mês passado, o Copom repetiu que há uma maior sensibilidade dos mercados a fundamentos fiscais, inclusive em países avançados, e reforçou que essa reação inspira maior atenção para países emergentes. “A conjunção de taxas de juros mais altas com endividamentos soberanos em patamares historicamente elevados suscita questionamentos sobre a sustentabilidade do endividamento público em diversos países”, acrescentou.
A ata aponta ainda que a menor liquidez presente nos mercados de títulos soberanos eleva a percepção de riscos e demanda monitoramento.
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“O Comitê segue acompanhando os riscos relacionados à desaceleração global e ao aumento da aversão a risco, em ambiente de inflação significativamente pressionada”, enfatizou o documento.