A Ativa Investimentos estima que o Ibovespa fechará o ano que vem aos 125 mil pontos, 2 mil pontos menor do que a projeção de 2022, de 127 mil pontos.
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Na avaliação da Ativa, o Brasil parece ter entrado num “modo de espera” para ganhar mais terreno no portfólio dos investidores globais, seja pelo macroeconômico ou pela comparação a outros mercados, que estão ainda atravessando uma situação mais conturbada.
“Nossa visão é de que os fundamentos corroboram com uma bolsa barata, do ponto de vista dos fundamentos. Em relação ao risco de reversão dos lucros no curto/médio prazo, esse cenário pode ocorrer, caso a inflação e o PIB para no ano que vem surpreendam negativamente, além do risco de queda da Selic não se confirmar ou de ser mais lenta do que o esperado”, avalia em relatório.
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De acordo com a Ativa, o custo de capital deverá seguir alto por enquanto, até que se tenha uma visibilidade melhor de como será a atividade econômica do Brasil e/ou da condução do novo governo nessas questões.
“Nosso viés, que era positivo com o fim do calendário eleitoral, passa agora para uma postura cautelosa. Nosso sentimento é de que os investidores não vão dar o benefício da dúvida e vão aguardar mais confirmações e ações, do lado do novo governo, para montar posições mais sólidas e de longo prazo”, afirma.
No caso das commodities, ele cita que a surpresa poderia vir com uma reabertura da economia chinesa. Embora as restrições contra a covid-19 tenham desdobramentos na economia daquele país, avalia que o efeito da notícia pode gerar algum fluxo, porém “mais tático.”
“Cabe ressaltar que um colapso na nossa economia não é o nosso cenário base. Consideramos relevante o peso do nosso legislativo atualmente, quando comparado à época em que Lula esteve no poder”, cita em nota.
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Além disso, acrescenta que há sinais de alguma preocupação na equipe de transição, de tentar evitar pânicos nos mercados, que podem ponderar as decisões políticas e os nomes que serão escolhidos para compor o novo governo.
Essas questões, segundo a Ativa, trazem desdobramentos para a inflação e, consequentemente, para os juros. Neste sentido, avalia que há possibilidades relevantes de frustração para as expectativas de redução da Selic a partir de maio de 2023.
Os fatores tendem a afetar diretamente o apetite ao risco dos investidores. Com juros e/ou inflação num contexto mais negativo, tudo isso joga pressão também nos resultados esperados para as empresas no ano que vem, cita.
“Como não acreditamos que um colapso seja muito provável, e considerando o nível de valuation atual das empresas, ainda há espaço para uma valorização a longo prazo, com o mercado já colocando boa parte desses riscos nos preços dos ativos”, estima.
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