Os mercados globais mostraram reação extremamente positiva ao desfecho da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) nesta quarta-feira (13), com destaque para a projeção de queda nos juros no curto prazo trazida pelo gráfico de pontos da instituição. Como esperado, a taxa de juros foi mantida entre 5,25% e 5,50%. Em contrapartida, a mediana das projeções para 2023 recuou de 5,6% para 5,4%; para 2024, de 5,1% para 4,6%; e de 2025, de 3,9% para 3,6%.
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Pela ferramenta do CME Group, as chances de que o ciclo de corte de juros nos Estados Unidos comece em março subiram a 61,3%. Além disso, o mercado precifica 31,5% de chances de redução de 1,25 ponto porcentual em 2024, enquanto a probabilidade de queda de 150 pontos-base em 2024 saltou de 19,1% para 28,5%.
No comunicado, o Fed fez alterações pontuais em relação à nota do encontro anterior, de novembro. Incluiu a menção ao fato de que a “inflação arrefeceu no último ano”, embora reconheça que ainda esteja elevada. O Fed também alterou a definição sobre o ritmo de crescimento da atividade, de “expandiu” para “desacelerou”: “Indicadores recentes sugerem que o crescimento da atividade econômica desacelerou frente ao ritmo forte registrado no terceiro trimestre”.
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O mercado acompanha agora a entrevista do presidente do Fed, Jerome Powell, que começou há pouco.
As bolsas ampliaram alta e renovaram máximas e os juros dos títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano (Treasuries) e também na B3 (B3SA3) aceleraram o recuo para as mínimas do dia. O dólar acentuou a queda ante moedas fortes, levando a moeda no Brasil a inverter a alta, passando a cair. Em nova York, o índice S&P 500 tocou o maior nível desde janeiro 2022.
No Brasil, às 16h25, o Ibovespa subia 1,20%, aos 127.843 pontos, com ações ligadas ao ciclo econômico acelerando os ganhos. Magazine Luiza (MGLU3) liderava as maiores altas, com avanço de 7,02%. “Os papéis cíclicos aproveitam a queda dos juros futuros, que estão alinhados com o movimento dos Treasuries. No entanto, não cravaria a tendência de alta, pois o mercado ainda espera as falas do presidente do BC dos EUA”, ponderou o economista-chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti.
Na curva de juros, as taxas intermediárias se firmavam em um dígito, com a do DI para janeiro de 2027 em 9,83%, menor nível desde 30 de agosto (9,77%), de 10% ontem no ajuste. O dólar à vista recuava 0,75%, aos R$ 4,9292.
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