Segundo o Santander, a Auren (AURE3) tende a ser a principal beneficiada com a definição das regras de indenização de ativos hidrelétricos da MP 579, com impacto estimado de até R$ 2,3 bilhões. Cemig e Copel também devem registrar ganhos, mas de menor relevância. (Foto: Adobe Stock)
A Auren Energia (AURE3) tende a ser a principal beneficiada com a definição das regras para indenização de ativos não totalmente depreciados em concessões hidrelétricas renovadas pela Medida Provisória nº 579/2012. A metodologia ainda a ser definida também tende a gerar impactos positivos para a Cemig (CMIG4) e a Copel (CPLE6) segundo a equipe de análise do Santander.
Em relatório datado de ontem, 24, os analistas André Sampaio, Guilherme Lima e João Pedro Herrero comentam sobre consulta pública aberta em maio pelo Ministério de Minas e Energia (MME) para definir a metodologia a ser utilizada no processo. Os profissionais alertam que ainda não houve decisão final sobre o tema e que não há visibilidade sobre isso, mas antecipam que as três empresas devem registrar reembolsos.
No caso da Auren, antes da consulta pública em questão, mas também em maio deste ano, uma nota técnica discutindo o potencial reembolso da Auren foi publicada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O documento indicava recebíveis de R$ 499 milhões, com data base de julho de 2015.
“Se assumirmos correção pela inflação mais WACC [custo médio ponderado de capital] regulatório (proposta do MME no início da consulta pública), estimamos R$ 2,3 bilhões em recebíveis antes de impostos, enquanto se assumirmos correção pela taxa Selic, estimamos um recebível antes de impostos de R$ 1,2 bilhão”, escreveram, salientando que a companhia ainda não registrou esse recebível, e, portanto, haveria um impacto positivo no lucro líquido, se confirmado o pagamento.
Pelos cálculos dos profissionais, com o pagamentos de impostos, o potencial de alta é de 6,4% ao corrigir pela taxa Selic e 12,5% ao corrigir pelo WACC regulatório e inflação.
No caso de Copel e Cemig, ainda não houve divulgação de nota técnica, mas os analistas do Santander comentam que as empresas já registraram suas estimativas no balanço. De acordo com eles, no segundo trimestre deste ano a Cemig anotava R$ 929 milhões, enquanto a Copel registrava R$ 77,7 milhões.
Pelos cálculos do banco, ajustando esses valores pelo WACC regulatório e IPCA, o potencial de alta é de 3,7% para a Cemig e 0,4% para a Copel. Se ajustados pela taxa Selic, os potenciais de alta seriam de 1,8% para a Cemig e 0,2% para a Copel.
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A despeito da perspectiva positiva para os recebimentos, os analistas afirmam que até o momento não há informações disponíveis sobre prazo para a definição dos efetivos valores a serem indenizados ou para a realização dos pagamentos. Eles consideram, porém, baseados em exemplos anteriores, que os pagamento serão feitos a partir de 2026, em parcelas, com prazo de sete anos.
“No entanto, observamos que as empresas poderiam optar por antecipar essas parcelas com instituições financeiras, potencialmente alterando o VPL [valor presente líquido] final”, acrescentaram, citando que a Auren antecipou seus recebíveis de sete anos da hidrelétrica Três Irmãos em 2023.
*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast