As ações da Automob (AMOB3) lideram os ganhos do Ibovespa pelo segundo pregão consecutivo. Os papéis da empresa, que estrearam na B3 na segunda-feira (16), chegaram a fechar a última sessão em alta de 176,47%, saindo de R$ 0,17 para R$ 0,47. Nesta terça-feira (17), os ativos têm um novo dia valorização e sobem 29,79% cotados a R$ 0,61 às 15h28, depois de oscilarem entre máxima a R$ 0,91 e mínima a R$ 0,50.
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A companhia nasceu de um rearranjo societário dos negócios da Vamos (VAMO3), que passou a ficar somente com a atividade de locação de caminhões. Já a parte de comercialização de veículos leves, peças, acessórios, financiamentos e corretagem de seguros, junto com a comercialização de caminhões, ônibus, máquinas e equipamentos, ficou sob responsabilidade da Automob.
Na avaliação da XP Investimentos, as ações AMOB3 foram listadas a R$ 0,17 por ação apenas como preço de referência, de modo que a alta variação percentual de cotação de quase 180% na segunda-feira foi vista como “não relevante”. A corretora observa, porém, uma reavaliação significativa do múltiplo de 4,3x para 5,7x de EV/EBITDA – indicador que relaciona o valor da companhia (EV) e o seu Ebitda (geração de caixa) – para 2025.
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No mesmo dia em que a Automob subiu 176,47%, a Vamos sofreu uma queda de 8,5%. “O preço da VAMO3 caiu em conjunto com o aumento proporcional observado na AMOB3, com uma queda adicional de 2,4% potencialmente decorrente do desempenho atual do mercado”, explica a XP.
Na opinião da corretora, os investidores precificaram a cisão da Vamos de acordo com os fundamentos. “Consideramos que o mercado precificou a transação de forma justa, já que o aumento de preço na AMOB3 foi precificado de forma homogênea na VAMO3, mostrando que o valor das concessionárias de veículos pesados da Vamos foi totalmente transferido de uma ação para a outra”, destaca.
Já Luan Calimério, analista do BB Investimentos, acredita que a operação traz vantagens competitivas tanto para a Vamos quanto para a Automob. A primeira terá a sua operação focada no setor de locação, que possui maior previsibilidade e estabilidade de resultados, na visão do analista, devido à exposição a contratos de longo prazo e à redução da ciclicidade antes trazida pelo segmento de concessionárias, mais exposto ao varejo.
Com isso, a casa reiterou a recomendação de compra para VAMO3, com preço-alvo de R$ 10,00 para o final de 2025. “A maior previsibilidade e a estabilidade de resultados podem representar menor risco e maiores múltiplos de negociação”, destaca.
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Já a Automob será a maior rede de concessionárias do Brasil, com 192 lojas, tendo ganhos de escala e capilaridade. Por ora, no entanto, o banco não tem cobertura para as ações da nova empresa. Por fim, com relação à Simpar (SIMH3), companhia que mantém participação em ambas as empresas, a operação deve reduzir sua dívida líquida de R$ 3,3 bilhões para R$ 2,3 bilhões, havendo a a possibilidade de capturar valor em ambas. O BB tem recomendação de compra para SIMH3, com preço-alvo também de R$ 10 para 2025.