Azul enfrenta recuperação judicial nos EUA (Foto: Adobe Stock)
A Justiça americana aprovou na última quinta-feira (29) um financiamento de US$ 250 milhões para a Azul (AZUL4) no âmbito do Chapter 11, segundo o vice-presidente Comercial e de Negócios da companhia, Fábio Campos. O Chapter 11 é o nome do processo equivalente à recuperação judicial no Brasil.
O montante, que faz parte do empréstimo da linha DIP (Debtor-in-Possession) de US$ 1,6 bilhão previsto no processo, virá direto para o caixa da companhia, ainda de acordo com o executivo.
Campos detalhou que o acesso ao DIP será faseado em três etapas, sendo a primeira composta pelo financiamento aprovado ontem. Ainda não há uma previsão de quando os outros dois montantes serão concretizados.
No entanto, a expectativa é que uma parte do segundo financiamento venha para a companhia e outra seja utilizada para comprar dívida. Já a terceira etapa, que ocorre também antes da saída do Chapter 11, deve consistir em injeção de capital.
“O cronograma ainda não é público, mas os financiamentos preveem dinheiro novo para companhia e recurso para recompra de dívidas”, disse Campos durante coletiva de imprensa promovida nesta sexta-feira (30).
Saída prevista em 2026
A Azul estima conseguir concluir todas as etapas judiciais do Chapter 11 até o final de 2025, segundo o vice-presidente Fábio Campos. Isso permitira que a companhia encerrasse o processo de recuperação no início do próximo ano, ainda de acordo com o executivo.
Caso o prazo se confirme, o Chapter 11 da Azul seria mais rápido do que o das concorrentes. A Gol, por exemplo, entrou em recuperação judicial no início de 2024 e espera sair do processo no início do próximo mês. Já no caso da Latam, a duração foi de cerca de dois anos, ocorrendo entre 2020 e 2022.
“O nosso prazo é diferenciado em relação aos demais processos, porque estamos entrando já com apoio dos principais stakeholders”, afirmou Campos durante coletiva de imprensa promovida nesta sexta-feira.
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O executivo ressaltou que, antes de entrar em recuperação, a Azul chegou a um acordo com a United Airlines e a American Airlines, que se tornarão sócias da aérea brasileira após o fim do Chapter 11. No entanto, disse que ainda é cedo para cravar qual será a participação exata das americanas na companhia, pois isso depende de alguns fatores, incluindo qual será o valuation da Azul quando a recuperação for encerrada.
Ao final do processo, está prevista a amortização do empréstimo do tipo DIP (sigla em inglês para Debtor-in-Possession) com os recursos de uma oferta de subscrição de ações de até US$ 650 milhões, com garantia firme dos referidos investidores, além de um possível investimento adicional de até US$ 300 milhões por parte da United Airlines e American Airlines, somando US$ 950 milhões.
Além da American e United, a Azul chegou a um consenso também com a AerCap, que representa a maior parte do passivo de arrendamento de aviões da companhia.