Eletrobras (ELET3; ELET6) mudou seu nome para Axia Energia em 22 de outubro de 2025. Foto: Adobe Stock
Os analistas não economizaram adjetivos para os resultados terceiro trimestre da Axia Energia (AXIA3) — ex-Eletrobras: forte, sólido, surpreendente. O consenso do mercado foi que a companhia mostrou fôlego operacional e disciplina financeira, entregando um resultado que levantou o ânimo dos investidores.
O BTG Pactual aponta surpresa com o Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (EBITDA) regulatório ajustado de R$ 5,9 bilhões, bem acima das projeções, um bilhão a mais do que o banco havia traçado, e recomendoucompra com preço-alvo de R$ 60,00, um potencial de alta de 3,8% em relação ao pregão de ontem.
A XP seguiu uma linha parecida, destacando o segmento de geração como motor do trimestre, com lucro bruto por megawatt-hora acima do esperado e uma gestão de portfólio “hidricamente estratégica”, como definiram seus analistas. Para eles, o Ebitda ficou 13% acima da estimativa da casa. Além disso, a análise da gestora é de que o anúncio de R$ 4,3 bilhões em dividendos (yield de 3,2% no trimestre e 6,2% no ano), reforça o momento positivo da companhia. “Esperamos reação positiva do mercado, embora seja importante aprofundar a análise sobre como capturar a recorrência dessas estratégias de trading no futuro”, dizem.
O Citi engrossou o coro otimista, elogiando a queda de custos e a eficiência operacional, e viu Ebitda 17% superior ao previsto, O lucro líquido de R$ 1,909 bilhão, situou-se 23% acima da estimativa do banco (R$ 1,555 bilhão), enquanto a alavancagem reportada chegou a 1,9 vez a dívida líquida/Ebitda frente a 1,8 vez no segundo trimestre, o que garantiu a recomendação também de compra.
Já o Itaú BBA avaliou o resultado como “sólido” e manteve seu selo outperform (equivalente a compra), mirando R$ 63,30 por ação, a mais alta entre as projeções. “A Axia também atualizou seu balanço energético, aumentando o limite superior de energia vendida para todos os anos no horizonte (2025-2027), enquanto manteve o preço da energia vendida para 2025, 2026 e 2027”, pontuou o analista Fillipe Andrade.
A maior dissonância entre as análises foi a da Genial Investimentos, que reconheceu o bom desempenho, mas manteve posição neutra, citando a já elevada valorização dos papéis e uma base de comparação exigente. Além da queda dos custos gerenciáveis (PMSO), a redução de contingências e passivos gerais e um novo anúncio de dividendos de R$ 4,3 bilhões, a serem pagos em 19 de dezembro.
Às 14h35 (horário de Brasília) as ações ordinárias (ELET3) subiam 2,16% a R$ 59,04, enquanto os papéis preferenciais (ELET6) sustentavam alta de 2,12% com preço em R$ 62,22. Apesar da recente mudança de nome da companhia, os tickers da empresa só acompanharão o movimento a partir da próxima segunda-feira (10), quando passarão a ser negociadas como AXIA3 e AXIA6, respectivamente.
No geral, o balanço da Axia (AXIA3) deixou o mercado “eletrizado”: lucros e dividendos subindo, eficiência reforçada e projeções mantidas em alta. Vale lembrar, no entanto, que alguns analistas alertem para o risco de queda nos preços após a recente escalada das ações.
Com informações de Cecília Mayrink, Beth Moreira, Vinícius Novais e Ludmylla Rocha, do Broadcast