Banco do Brasil passa por um movimento de recuperação após fortes quedas recentes na Bolsa. Além do agro, mudanças nas regras de provisões contra inadimplência afetaram as ações BBAS3. (Foto: Adobe Stock)
As ações do Banco do Brasil (BBAS3) registravam alta de 3,27% por volta das 12h (horário de Brasília) desta segunda-feira (4). No entanto, às 16h, o aumento foi ajustado para 2,89%, ainda entre as maiores altas do Ibovespa. Fecharam em alta de 2,34%, a R$ 18,78. Os papéis estão em recuperação após uma queda de quase 7% no pregão anterior.
Banco do Brasil (BBAS3) foi a principal baixa da sexta-feira (1º) (Foto: Adobe Stock)
O fraco desempenho das ações BBAS3 se deve principalmente a dois fatores. O primeiro é a forte queda no lucro do Banco do Brasil em maio, registrada no Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (Cosif), do Banco Central: em maio, o resultado caiu para R$ 500 milhões, ante R$ 1,7 bilhão em abril — um recuo que deve pesar sobre o balanço do segundo trimestre.
“Ao observar os dados de abril e maio, seria necessário um forte salto em junho para fechar essa diferença — algo improvável, especialmente diante do agravamento da inadimplência no setor do agronegócio”, dizem os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura do BTG, em relatório divulgado na sexta-feira.
Segundo o BTG, considerando essa expectativa de lucro do 2º trimestre, junto com os resultados já divulgados no 1º trimestre, o BB provavelmente reportaria um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) abaixo de 10% em 2025.
Além disso, o rumor de novas sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Lei Magnitsky, dos Estados Unidos, também pesa sob os papéis do banco.
Na prática, a norma pode pressionar instituições financeiras com operações nos EUA a não prestarem serviços ao juiz, o que aumentou as preocupações sobre eventuais sanções sobre o Banco do Brasil (BBAS3), responsável pelo pagamento de salários do funcionalismo público.
Em relatório, o BTG Pactual reforça a recomendação neutra para as ações do Banco do Brasil (BBAS3), com preço-alvo de R$ 19,70, em relatório divulgado na última sexta-feira.