

O Citi aumentou o preço-alvo para as ações do Banco do Brasil (BBAS3) de R$ 26 para R$ 30, o que implica em um potencial de alta de 4,1% em relação ao último fechamento. A mudança se deve à incorporação, ao modelo da casa, de um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) sustentável de 15,5%, contra os 14,9% esperados anteriormente.
No entanto, a equipe liderada pelo analista Gustavo Schroden manteve a recomendação neutra para os papéis do BB, ao considerar que dois fatores podem pesar sobre a rentabilidade, mais do que o efeito carrego do ROE acima de 20% visto nos últimos dois anos. Os profissionais veem uma possível pressão nos custos de captação do banco, e um cenário ainda pressionado para a inadimplência do crédito para o agronegócio.
Historicamente, de acordo com o Citi, o BB conseguiu reduzir os custos de captação em relação ao Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI) em momentos de alta dos juros futuros de dois anos. No entanto, a carteira de depósitos do banco mudou. “A composição do funding do banco foi direcionada a produtos de maior custo, como as letras de crédito do agronegócio (LCAs) e depósitos a prazo.”
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Diante disso, os analistas esperam que os juros mais altos pressionem a margem financeira do BB diante de um aumento dos custos de captação, mesmo diante do histórico positivo do banco na gestão desse tipo de variação.
Já o agro deve continuar sendo um fator de pressão para as previsões contra a inadimplência. Os analistas escrevem que ainda não há sinais de estabilização nos índices de inadimplência nessa carteira, mesmo nos casos em que os prazos foram estendidos.
“Esperamos que que as provisões se mantenham sob pressão, com outros riscos de cauda vindos de novos produtos como o consignado privado, que tem fundamentos sólidos, mas em que a provisão pode aumentar em um primeiro momento devido ao modelo de perda esperada”, diz o Citi.
O relatório afirma ainda que os múltiplos de valor patrimonial a que a ação do Banco do Brasil (BBAS3) negocia implicam em um custo de captação de cerca de 17%, relativamente em linha com o dos pares privados. Se o pagamento do lucro via dividendos for mantido na faixa entre 40% e 45%, o Citi de ação com um retorno em dividendos de dois dígitos porcentuais.
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