Ações do Banco do Brasil (BBAS3) têm novo dia de queda após balanço decepcionar. Foto: Adobe Stock
As ações do Banco do Brasil (BBAS3) enfrentam mais um dia negativo no Ibovespa nesta segunda-feira (19). Às 16h22, os papéis da empresa recuam 2,53% cotados a R$ 25,02, enquanto outros bancos sobem na B3. Na última sexta-feira (16), os ativos fecharam em queda de 12,64%, sendo negociados a R$ 25,67, depois de o balanço do primeiro trimestre decepcionar o mercado.
No período, o BB registrou lucro líquido ajustado de R$ 7,374 bilhões, uma queda de 20,7% em relação a igual intervalo de 2024. Em comparação ao quarto trimestre, o resultado do banco recuou 23%. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) foi de 16,7% no trimestre, queda de 4,98 pontos percentuais em base anual e de 4,16 pontos percentuais em três meses.
Com o desempenho aquém do esperado, a empresa também anunciou a revisão de parte relevante do seu guidance (projeção), abrangendo as estimativas de custo de crédito, margem financeira bruta e lucro líquido ajustado para o exercício de 2025.
O movimento levou diferentes casas a rebaixarem a recomendação das ações do BB. Uma delas foi a Genial Investimentos. “Diante de um cenário mais desafiador e incerto, vemos possibilidade de deterioração adicional dos resultados ao longo de 2025, especialmente com a expectativa de agravamento do ciclo de inadimplência em algumas carteiras no segundo semestre, pressões persistentes sobre a qualidade dos ativos no agronegócio e maior dificuldade de crescimento de receita”, destaca a corretora, que agora tem recomendação de manter (equivalente à neutra) para BBAS3, com preço-alvo de R$ 31,4.
A Ágora Investimentos e o Bradesco BBI também rebaixaram a recomendação das ações do Banco do Brasil de compra para neutra, com um novo preço-alvo de R$ 31. Olhando para o futuro, as casas acreditam que o ano começou de forma mais desafiadora do que o esperado para a empresa, com taxas de inadimplência mais altas e crescimento fraco da receita. “Como resultado, vemos riscos de queda em nossas estimativas para 2025 e esperamos uma reação negativa do mercado”, dizem os analistas Marcelo Mizrahi, do BBI, e Renato Chanes, da Ágora.
O Citi, por sua vez, manteve a recomendação neutra, mas reduziu o preço-alvo de R$ 30 para R$ 27. “O que talvez seja o ponto de maior preocupação é a incerteza implícita a respeito de variáveis importantes, uma vez que a direção do banco decidiu revisar o guidance para o status ‘sob revisão’ em margem financeira, custo de risco e lucro líquido”, afirma a equipe liderada pelo analista Gustavo Schroden.
BTG “joga a toalha” e também rebaixa Banco do Brasil
Logo após a divulgação do balanço do BB, o BTG Pactual tinha mantido a sua recomendação de compra para as ações do banco, citando o valuation atrativo dos papéis. Os analistas, no entanto, ressaltaram que iriam “digerir” os números e voltar na próxima semana com uma análise mais clara sobre o que fazer com a ação.
Em relatório divulgado nesta segunda-feira (19), o BTG “jogou a toalha” e rebaixou o Banco do Brasil para neutro. “As coisas ainda podem piorar antes de melhorar, o balanço não parece tão sólido quanto há alguns anos e o papel caiu ‘apenas’ 13 % na sexta‑feira, menos do que temíamos, portanto preferimos manter posição neutra, aguardando ou uma correção adicional ou mais clareza sobre os resultados futuros”, afirma.