O Banco do Brasil (BBAS3) vê a carteira de financiamentos ligados à sustentabilidade no agronegócio em ritmo crescente. Hoje, aproximadamente R$ 173 bilhões da carteira de agro do banco têm carimbo ESG.
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O Banco do Brasil (BBAS3) vê a carteira de financiamentos ligados à sustentabilidade no agronegócio em ritmo crescente. Hoje, aproximadamente R$ 173 bilhões da carteira de agro do banco têm carimbo ESG.
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“Atualmente, cerca de 40% da carteira de agronegócio está classificada como ESG. Temos expectativa de crescer em torno de R$ 30 bilhões nesses próximos anos”, disse o vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do banco, Gilson Bittencourt, em entrevista ao Broadcast Agro, nos bastidores da COP30, na semana passada.
A meta do BB é alcançar ao todo R$ 500 bilhões em carteira ativa ESG até 2030, atualmente em R$ 397 bilhões incluindo empréstimos sustentáveis de todos setores e carteiras. “Do montante total, a expectativa é de que R$ 200 bilhões venham da carteira de ESG do agro. Esperamos superar essa meta mais cedo do que o previsto”, apontou Bittencourt.
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Segundo o vice-presidente de Agro do BB, a demanda do setor agropecuário por crédito para projetos com fins sustentáveis vai desde financiamentos em energia, recuperação de áreas degradadas, plantio direto, florestas plantadas a restauração florestal. Há também projetos focados na agricultura familiar ou vinculados à sociobiodiversidade. “É uma carteira que buscamos ampliar, buscando aproximação entre o produtor e o processo de comercialização. Inclusive, estimulando a realização de parcerias do banco com empresas que adquirem a produção dos produtores”, explicou Bittencourt.
Parte destes financiamentos com a chancela ESG tem condições diferenciadas aos tomadores do crédito, como o Pronaf Floresta e o Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (Renovagro) com taxas de juros menores, com subvenção do Tesouro.
Ainda na frente de sustentabilidade, o banco vem reforçando a captação de recursos externos para financiamento dos projetos de sustentabilidade. “Somente na COP o banco captou R$ 3 bilhões em financiamentos externos para incentivar a produção sustentável de diferentes atores”, pontuou Bittencourt.
O BB também espera liberar os primeiros recursos captados por meio do EcoInvest, leilão do Tesouro Nacional para mobilização de recursos em blended Finance para recuperação de pastagens degradadas, no primeiro trimestre de 2026. “Temos expectativa de receber recursos ainda neste ano e, a partir disso, temos seis meses para fazer as aplicações. Provavelmente os desembolsos acontecerão já no início do próximo ano. A expectativa é operar volume bastante significativo”, antecipou Bittencourt. O BB ficou com a maior fatia do capital público do certame, correspondente a R$ 4,1 bilhões.
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De acordo com Bittencourt, o banco já levantou as opções de aplicações junto aos clientes. A ideia é ofertar o EcoInvest em paralelo às linhas do Pronaf e do Renovagro, que possuem juros mais competitivos para pequenos e médios produtores.
A estratégia do BB, segundo o vice-presidente, será atuar em três modelos a partir dos recursos do EcoInvest. Um dos públicos-alvo são grandes produtores, que buscam financiamento para investir na recuperação das suas próprias áreas. O segundo foco do banco está na busca de parceria com grandes empresas que possam atuar na articulação de produtores, o que alcançaria médios e grandes produtores. “Um frigorífico, por exemplo, é um ator que poderia articular a assistência técnica desses produtores e estruturar a recuperação dessas áreas já numa perspectiva de aquisição da produção”, observou.
O terceiro modelo, ainda em desenvolvimento pelo banco, é a oferta dos recursos do EcoInvest via fundos de investimento – modalidades previstas no leilão. “Nesse caso, o recurso é repassado para o fundo e o fundo faz esse processo de acompanhamento e de distribuição dos recursos entre os seus potenciais clientes. Vamos buscar operar com esses três desenhos”, comentou o executivo.
Em relação aos juros a serem praticados nas operações do EcoInvest, a expectativa do Banco do Brasil (BBAS3) é de que a taxa final efetiva dos financiamentos fique em um dígito, a depender do custo de captação dos recursos, baseado na taxa Selic e da análise de risco dos clientes. “Vamos ver nos próximos meses, quando tivermos operação na ponta, como a Selic vai se comportar para ver se podemos fazer algum ajuste”, apontou Bittencourt.
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