Crise na FTX trouxe prejuízos para as ações de empresas expostas a criptomoedas | REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo
O colapso da exchange de criptoativos FTX gerou uma corrida para o Silvergate Capital, que forçou o banco a vender ativos para cobrir uma forte perda de cerca de US$ 8,1 bilhões em saques. Depósitos relacionados a criptoativos tiveram queda de 68% no quarto trimestre, afirmou o banco ao fazer uma publicação preliminar de parte de seus resultados trimestrais.
Para atender às retiradas, o banco disse que liquidou dívidas que detinha em seu balanço. A perda de US$ 718 milhões com a venda de dívida até agora supera o total de lucros do banco desde pelo menos 2013.
O banco cortou 40% de sua equipe, ou cerca de 200 funcionários, e disse que reduzirá negócios. Ele desistiu de um plano de lançar sua própria moeda digital, e contabilizou US$ 196 milhões em gastos para comprar tecnologia construída pelo Facebook em sua fracassada tentativa de iniciar uma rede de pagamentos baseada em criptoativos.
O Silvergate tem depósitos e uma rede operacional que liga investidores a exchanges de criptoativos. A FTX e outras companhias controladas por seu fundador, Sam Bankman-Fried, representavam cerca de US$ 1 bilhão dos depósitos do banco. O colapso da FTX abalou esse mercado e provocou forte queda na ação do Silvergate. O banco sobreviveu mesmo com a forte queda em depósitos por não estar estruturado como a maioria dos bancos, pois vendeu boa parte das operações bancárias e agências tradicionais para ter foco nas contas para Exchanges de criptoativos e investidores. Os depósitos ligados a esse universo representam cerca de 90% do total de ativos do banco, que mantém quase todos seus depósitos em dinheiro ou em ativos de fácil negociação.