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Por que bancos seguem confiantes com a Vale (VALE3) mesmo com incertezas na China?

BB Investimentos, Ágora e Bradesco BBI reforçaram recomendação de compra para a empresa nos últimos dias

Por que bancos seguem confiantes com a Vale (VALE3) mesmo com incertezas na China?
Vale (VALE3). (Foto: Fabio Motta/Estadão)

O BB Investimentos reiterou, em relatório publicado nesta segunda-feira (23), a recomendação de compra para as ações da Vale (VALE3), indicando também que o seu preço-alvo para os papéis em 2025 é de R$ 74. Na opinião da casa, apesar das incertezas em relação ao ritmo de crescimento da economia da China, a tese de investimentos da companhia continua atrativa em uma visão de longo prazo.

Após a forte desvalorização nos últimos meses – só em 2024, os papéis recuaram 19,68% –, o BB observa que as ações estão “baratas” – cotadas a R$ 57,57 nesta segunda (23). Pelos cálculos do bancos, os ativos atualmente são negociados com um desconto de 23% sobre o múltiplo EV/Ebitda médio dos últimos cinco anos, o que reforça a recomendação de compra para o papel da Vale, corroborada também pela expectativa de retorno adicional via dividendos.

No último dia 11, a empresa realizou a 24ª edição do evento anual “Analyst & Investor Tour ”, cujo foco foi o detalhamento da sua estratégia para destravar valor até 2026, com destaque para as operações de minério de ferro e de cobre no Pará. A companhia destacou que tem procurado elevar a segurança de suas operações e a confiabilidade dos ativos, além de atingir a excelência operacional.

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Por meio de iniciativas como análises de falhas em equipamentos e otimização da estratégia de manutenção com foco em prevenção, a companhia obteve um crescimento de 16% na produção diária média de minério de ferro entre os anos de 2022 e 2024, conforme destaca o BB.

A apresentação no evento anual foi liderada pelo futuro CEO, Gustavo Pimenta, que ocupava a posição de CFO (diretor financeiro) da Vale e cujo mandato se iniciará antecipadamente em 1° de outubro.

Ele declarou que sua prioridade é fortalecer o relacionamento da companhia com todos os stakeholders (partes interessadas), o que acredita que contribuirá para destravar ainda mais valor ao longo do tempo. O executivo reiterou também que a estratégia de alocação de capital permanece inalterada e inclui a priorização dos dividendos, de acordo com a política atual de remuneração aos acionistas.

Apesar do otimismo com as ações da Vale se manter, o BB segue atento aos sinais de enfraquecimento da economia chinesa. Dados macroeconômicos mostram desaceleração da atividade do país asiático, enquanto os indicadores do setor de siderurgia indicam forte queda na produção e consumo de aço.

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“A expectativa da continuidade desta tendência, diante da falta de catalisadores de curto prazo para impulsionar a demanda interna de aço na China, compensada parcialmente pela resiliência das exportações do país, tem pressionado os preços de minério de ferro”, afirma Mary Silva, analista do BB, que assina o relatório.

Ela também destaca que a elevação nos níveis de estoques da commodity tem contribuído para a correção das cotações do minério de ferro, que caíram ligeiramente abaixo dos US$ 90 por tonelada nos últimos pregões, o que não ocorria desde o final de 2022.

“Ainda que, por ora, essa questão não mude nossa visão sobre a tese de investimento de longo prazo da Vale, que é pautada na expectativa de uma demanda crescente por minério de alta qualidade e prêmios mais elevados, continuamos atentos a sinais de enfraquecimento desta tendência e, consequentemente, à mudança na atratividade do papel”, pondera.

Ágora e Bradesco BBI também têm visão positiva para a mineradora

O BB Investimentos não é o único banco a manter uma visão otimista para as ações da Vale. Em relatório publicado no último dia 18, o Bradesco BBI e a Ágora Investimentos também reforçaram a recomendação de compra para os papéis da mineradora, embora a Gerdau (GGBR4) continue sendo a preferência para o setor.

A visão das casas em relação à empresa melhorou nas últimas semanas, após o anúncio do CEO vir antes do esperado e o evento “Analyst & Investor Tour” trazer maior confiança sobre as operações da companhia.

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“Também saudamos a revisão para cima na orientação de produção de minério de ferro da empresa para 2024, sua maior confiança em atingir o nível de produção de 340 a 360 toneladas em 2026 e o tom positivo da administração sobre o desempenho de custos”, afirmam os analistas Rafael Barcellos, do BBI, e Renato Chanes, da Ágora.

Os especialistas esperam que a empresa continue com desempenho operacional geral saudável nos próximos trimestres, especialmente na divisão de minério de ferro. Além disso, consideram que, se um acordo com as autoridades locais relacionado à tragédia de Mariana (MG) for alcançado no curto prazo, os papéis também podem se beneficiar.

De forma geral, Barcellos e Chanes enxergam que a demanda sazonalmente mais forte na China (começando em meados de setembro) e novas melhorias nos fundamentos devem ser os catalisadores a serem observados no curto prazo. Além de manterem a recomendação de compra para a Vale, os analistas também apresentaram o preço-alvo de R$ 77 para o papel ao final de 2025.