BB-BI eleva preço-alvo da Vale (VALE3) após resultados surpreendentes do 1º semestre
Banco projeta potencial de alta de 17,5% para ações da mineradora, apoiado em custos menores, disciplina financeira e cenário mais construtivo para o minério de ferro
BB-BI revisou o preço-alvo da Vale (VALE3) para R$ 68, indicando alta de 17,5%. (Imagem: Adobe Stock)
O BB-BI revisou o modelo econômico para a Vale (VALE3) e estabeleceu novo preço-alvo para a ação da mineradora, de R$ 68, ante expectativa anterior de R$ 65. O novo preço representa um potencial de alta de 17,5% ante o fechamento de ontem. O BB-BI manteve a recomendação de compra para o papel da companhia.
Segundo o banco, para a revisão foram considerados os resultados do primeiro semestre deste ano, as estimativas mais recentes compartilhadas pela companhia e premissas setoriais e macroeconômicas atuais.
“Na primeira metade do ano, a Vale mostrou uma importante evolução operacional, apoiada principalmente em um sólido ritmo de produção e na redução de custos em todos os produtos, que suportaram números melhores e manutenção das margens operacionais, mesmo diante dos menores preços médios em todos os produtos no período”, afirmou a analista Mary Silva, em relatório.
Segundo ela, a companhia segue, ainda, avançando em seu plano de investimentos conforme o cronograma planejado, bem como tem mantido a disciplina financeira, com perspectiva de redução gradual da dívida líquida expandida ao longo deste semestre, que, se concretizada, pode abrir espaço para retornos de caixa adicionais aos acionistas. “Nessa linha, vale mencionar que recentemente a companhia reduziu sua estimativa de capex para 2025, antes de US$ 5,9 bilhões, para US$ 5,4-5,7 bilhões, como reflexo da otimização dos projetos investimentos.”
Silva ressaltou que a continuidade desses avanços, aliada ao cenário ligeiramente mais construtivo para minério de ferro no segundo semestre do que anteriormente esperado, bem como à nova estratégia de portfólio da companhia, reforça a expectativa de entrega de bons números na segunda metade deste ano e a percepção da atratividade da tese de investimento da companhia no médio e longo prazo.
Além das estimativas para a Vale, o BB-BI também revisou as suas expectativas de preços para o minério com teor de 62% de ferro. Para o banco, ao final do ano, a commodity deverá ser negociada a US$ 96 a tonelada ante uma cotação estimada de US$ 92 por tonelada. Para 2026, o valor passou de US$ 87/t para US$ 90/t. As estimativas de preços para 2027 a 2028 foram mantidas em US$ 85/t.
“Os preços da commodity têm se sustentado próximos dos US$ 100/t desde o anúncio do governo chinês, no mês de julho, sobre a possível redução de capacidade instalada de produção de aço, no contexto de uma estratégia mais ampla de ‘anti-involução’, que visa a eliminação de capacidade obsoleta e a deterioração nos preços em diversas indústrias no país”, disse o banco.
Segundo o BB-BI, a expectativa de uma racionalização da indústria siderúrgica no país, com potencial de maior equilíbrio entre produção e consumo de aço no mercado interno, e de melhora da rentabilidade das siderúrgicas, contribuiu para a melhora nas perspectivas para a Vale (VALE3) e para o setor como um todo.