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BC avaliou ajuste maior que 1,5 p.p. na Selic, diz ata do Copom

Intenção é levar os juros a território que promova desinflação e também a ancoragem de expectativas

BC avaliou ajuste maior que 1,5 p.p. na Selic, diz ata do Copom
Reunião do Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central (BC) (Foto: Beto Nociti/BCB)

O Banco Central reafirmou que levará os juros a território que promova não apenas desinflação, mas também ancoragem das expectativas em torno das metas, e novamente chegou a fazer comparações entre cenários envolvendo ritmos de ajuste mais fortes e quadros em que a taxa de juros permanece elevada por período mais longo, conforme ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada nesta terça-feira.

Citando desenvolvimentos em âmbito fiscal, o Copom disse que, levando em conta o viés altista para as projeções de inflação do seu cenário básico, o ciclo de aperto monetário deverá ser “mais contracionista” do que o utilizado no cenário-base “por todo o horizonte relevante”.

O texto do colegiado do BC manteve o tom, considerado duro, do comunicado divulgado após a reunião do Copom da semana passada, apesar de reconhecer que números recentes de atividade vieram abaixo do esperado.

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Na ata, o BC classificou a inflação como “elevada” e com “alta disseminada entre vários componentes” e ressaltou que as leituras recentes de preços vieram acima do esperado.

Mesmo avaliando cenários de aperto mais agressivo da política monetária, a autoridade monetária apontou que o ritmo de ajuste de 1,50 ponto percentual, neste momento, é adequado para atingir um patamar suficientemente contracionista para garantir a convergência da inflação ao longo do horizonte relevante e consolidar a ancoragem das expectativas de prazos mais longos.

Na última quarta-feira, o BC aumentou a taxa básica de juros em 1,50 ponto percentual, ao patamar de 9,25% ao ano, e indicou que deverá repetir a dose na próxima reunião do colegiado, em fevereiro, buscando avançar “significativamente em território contracionista” ao dar sequência ao agressivo ciclo de aperto monetário para domar a inflação. As avaliações foram repetidas na ata do Copom divulgada nesta terça-feira.

“O Copom considera que, diante do aumento de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário avance significativamente em território contracionista”, disse o colegiado na ata.

“O Comitê irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, emendou, ressaltando que os próximos passos do comitê poderão ser ajustados e dependerão da evolução da atividade, do balanço de riscos e das expectativas para a inflação.

ATIVIDADE

Em relação à atividade econômica no Brasil, o BC ressaltou que os números do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre mostraram evolução abaixo da esperada, apesar de recuperação mais robusta de atividades atingidas pela pandemia.

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“Indicadores de mais alta frequência indicam recuo da atividade econômica, difundido entre vários setores, em setembro e possivelmente em outubro. No mesmo sentido, os índices de confiança já disponíveis para os meses iniciais do trimestre corrente mostram deterioração”, disse o documento.

Para 2022, foi mantida a avaliação de que o crescimento do país pode ser beneficiado pela continuidade da recuperação do mercado de trabalho e do setor de serviços, além do desempenho da agropecuária.

Na avaliação do cenário externo, o Copom entendeu que o ambiente se tornou menos favorável, com alguns bancos centrais expressando a necessidade de cautela frente à maior persistência da inflação, o que torna o cenário mais desafiador para economias emergentes.

“Além disso, a questão imobiliária na China, a possibilidade de nova onda da Covid-19 durante o inverno e o aparecimento da variante Ômicron adicionam incerteza quanto ao ritmo de recuperação nas economias centrais. Esses eventos geraram quedas nos preços de commodities importantes, mas ainda é cedo para prever a extensão deste movimento”, afirmou.

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