A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, reafirmou nesta segunda-feira que espera aumentar ainda mais as taxas de juros nas próximas reuniões para “amortecer a demanda” e “se proteger contra o risco de uma mudança persistente para cima nas expectativas de inflação“.
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“Reavaliaremos regularmente nossa trajetória de política à luz das informações recebidas e da evolução das perspectivas de inflação. Nossas futuras decisões sobre taxas de juros continuarão a depender de dados e seguirão uma abordagem reunião a reunião. Melhor contribuição que podemos dar é assegurar a estabilidade de preços”, garantiu, durante discurso no Parlamento Europeu.
De acordo com ela, a instituição quer chegar ao nível neutro – patamar em que as taxas nem estimulam, nem comprimem a atividade econômica – para depois decidir se é necessário elevar ainda mais os juros. Além disso, ela destacou que quando terminar a alta de juros, o BC do bloco comum pensará em como usará outras ferramentas, como o aperto quantitativo (QE, na sigla em inglês).
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Para a banqueira central, subir juros é a “melhor forma de lidar com a inflação”, que, segundo ela, ficará acima da meta por um longo período. “Não há dúvidas de que devemos agir para diminuir a inflação no médio prazo. As pressões sobre os preços estão se espalhando por mais setores, em parte devido ao impacto dos altos custos da energia em toda a economia. Preços mais elevados da energia e dos alimentos vão piorar antes de melhorar”, destacou.
Lagarde comentou ainda que as consequências econômicas para a área do euro continuaram a surgir desde a última reunião em junho e as perspectivas estão “escurecendo”.
“Esperamos que a atividade desacelere substancialmente nos próximos trimestres. Há quatro razões principais por trás disso: a alta inflação está diminuindo os gastos e a produção em toda a economia; a forte demanda por serviços que veio com a reabertura da economia está perdendo força; o enfraquecimento da procura global; a incerteza permanece alta, refletida na queda da confiança das famílias e das empresas”, pontuou. Para 2023, ela prevê que será “um ano difícil”.