

A JBS (JBSS3) reportou resultados acima das projeções no quarto trimestre de 2024, com o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado 3,8% superior às estimativas do Bank of America (BofA) e o dobro do registrado no igual período de 2023. Em relatório, o banco avaliou que o faturamento foi impulsionado pelo desempenho no Brasil. Além disso, destacou que as margens melhoraram na Seara e na operação de carne bovina nos Estados Unidos.
Com forte geração de caixa, a companhia anunciou R$ 4,4 bilhões em dividendos a serem pagos entre abril e maio, elevando o total desde outubro de 2024 para R$ 11 bilhões, o equivalente a um rendimento de 12%.
O Bank of America reiterou a recomendação de compra para as ações da JBS, destacando que a empresa continua sendo sua principal escolha em alimentos na América Latina. Segundo o relatório assinado pelas analistas Isabella Simonato e Julia Zaniolo, a empresa teve um forte fluxo de caixa livre em 2024 de R$ 12,3 bilhões. O endividamento líquido recuou para R$ 94,9 bilhões, reduzindo a alavancagem para 2,6 vezes, frente a 5,1 vezes no igual período do ano anterior.
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No Brasil, a receita da JBS ficou 16% acima das estimativas do BofA, com crescimento de 36% na comparação anual, impulsionado por exportações mais fortes e preços elevados no mercado interno. Apesar do impacto do custo do gado, a empresa conseguiu mitigar parte da pressão. Já a Seara teve faturamento 8% acima das projeções, com avanço de 27% na comparação anual, beneficiada pela desvalorização do real, maior volume exportado e crescimento de produtos frescos no mercado doméstico.
Nos Estados Unidos, a margem da operação de carne bovina foi de 1,3%, superando as expectativas de 0,3%, mesmo diante da sazonalidade adversa. O Ebitda do segmento foi de US$ 82 milhões, quatro vezes acima da projeção do BofA. O banco também ressaltou a “boa execução comercial e operacional da JBS, que garantiu eficiência mesmo em um cenário de custos elevados do gado”.
A unidade da Austrália, por outro lado, apresentou resultados abaixo do esperado, com margem de 5,9% frente à projeção de 7%, pressionada pelo aumento dos preços do gado e menor volume de vendas de salmão. Já a operação de carne suína nos EUA teve desempenho 8,8% inferior às expectativas, mas o banco vê um cenário positivo para 2025 com um ciclo mais favorável para a suinocultura. A Pilgrim’s Pride, subsidiária da JBS, reportou um trimestre melhor do que o esperado, com destaque para a operação no México.
O BofA mantém uma visão otimista para as ações da JBS, com preço-alvo de R$ 48. O banco acredita que a empresa pode reduzir o desconto em relação a seus pares nos EUA caso a listagem em Nova York avance. Além disso, reforça que a companhia “se tornou um relevante player de dividendos”, o que deve sustentar a atratividade para investidores.
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