O Bank of America (BofA) reduziu o preço-alvo das ações do GPA (PCAR3) de R$ 15 para R$ 3,50 após a cisão do controle acionário no Grupo Éxito, que passou a ser negociado por meio de Brazilian Depositary Receipts (BDRs). O BofA diz que prevê melhoras operacionais, mas estrutura de custo elevada, perda de escala e pressão da concorrência nos próximos anos. Disputas trabalhistas também são citadas, o que poderia ofuscar receitas de patrimônio.
“O GPA Brasil está realizando avanços subjacentes na estrutura operacional e de custos. Infelizmente, a alta estrutura de custos, a perda de escala e a expansão excepcional da logística continuam a pressionar os resultados, de modo que prevemos perdas líquidas até 2027”, escrevem em relatório os analistas Wellington Santana, Melissa Byun, Vinicius Pretto e Robert Ford Aguilar.
Eles também citam a estratégia de desinvestimento de ativos como parte de um esforço do controlador, Casino, para evitar a falência e tentar desalavancar. “Nossa projeção considera R$ 240 milhões provenientes da venda de uma loja na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, um pagamento restante de R$ 190 milhões de uma transação de sale-and-leaseback (operação de venda e de locação do mesmo imóvel para o antigo proprietário) no segundo trimestre de 2023, R$ 250 milhões pela venda da sede do Pão de Açúcar em São Paulo e R$ 300 milhões pela venda da participação na Cnova”.
Estas entradas, no entanto, devem ser ofuscadas por acordos trabalhistas, avalia o BofA, que diz que o GPA tem cerca de R$ 16 bilhões em possíveis contingência fiscais não provisionadas.
O Banco reiterou a recomendação underperform (equivalente a venda) para os papéis. O preço-alvo na B3, de R$ 3,50, representa uma potencial desvalorização de 19,5% em relação ao último fechamento. Já o preço-alvo das ações na New York Stock Exchange (NYSE) passou de US$ 3,10 para US$ 0,70, rerepsentando possíveis perdas de 17,6% sobre o fechamento da véspera.