

Levantamento da consultoria Elos Ayta aponta que o desempenho da Bolsa brasileira, em dólares, tem sido o melhor desde 2016, ainda que, na moeda americana, o Ibovespa permaneça 41% abaixo da máxima histórica.
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Levantamento da consultoria Elos Ayta aponta que o desempenho da Bolsa brasileira, em dólares, tem sido o melhor desde 2016, ainda que, na moeda americana, o Ibovespa permaneça 41% abaixo da máxima histórica.
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Em dólar, até a sexta-feira passada (4), o índice de referência da B3 acumulava alta de 34,45% em dólares, o que coloca 2025, até aqui, como o melhor em nove anos para o mercado local.
Em 2016, o avanço foi de 66,46%, então “impulsionado pela valorização das commodities e pela transição política decorrente do processo de impeachment”, aponta o levantamento do CEO da Elos Ayta, Einar Rivero.
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“Essa valorização expressiva [de 2025] recoloca o Brasil no radar de alocadores globais. Em dólar, o Ibovespa encerrou o dia 4 de julho aos 26.166,39 pontos – um patamar que não era registrado desde 28 de fevereiro de 2024. Ainda assim, a marca está 41,5% abaixo da máxima histórica de 44.616,04 pontos, atingida em 19 de maio de 2008, o que indica que ainda há um espaço considerável para recuperação”, diz.
O estudo ressalva, contudo, que parte relevante da valorização do Ibovespa em dólares está relacionada à desvalorização global do dólar. Segundo o levantamento da Elos Ayta, no acumulado até o início de julho, o dólar recuou 12,65%, movimento que alavanca a alta do índice da B3 quando denominado na moeda americana.
“Ou seja, o que parece uma supervalorização da Bolsa brasileira precisa ser relativizado: não se trata apenas da força do mercado de ações local, mas também da fraqueza do dólar no cenário internacional – fruto de mudanças nas expectativas de juros nos EUA e maior apetite por risco nos mercados globais”, acrescenta.
Uma análise detalhada do desempenho anual do Ibovespa em dólares pela consultoria, entre 2010 e 2025, traz outras conclusões interessantes: o índice teve retorno positivo em apenas 7 dos 16 anos; os piores desempenhos ocorreram em 2015 (-41,03%), 2011 (-27,26%), 2013 (-26,29%) e 2024 (-29,92%); e as melhores performances foram em 2016 (+66,46%), 2019 (+26,49%), 2023 (+31,79%), e agora, em 2025 (+34,45% até julho).
Dessa forma, “a valorização atual se destaca como um ponto fora da curva positiva, sobretudo após o tombo do ano anterior”, acrescenta o estudo da Elos Ayta. “O salto indica retomada de fluxo estrangeiro, possível realocação em ativos de risco e um câmbio mais estável ou até favorável – elementos que tendem a reforçar o apetite global por ações brasileiras.”
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“A valorização de 34,45% em apenas meio ano – superando, por exemplo, o ganho de 31,79% registrado em todo o ano de 2023 – não é um movimento comum, e sinaliza que o mercado está reprecificando os ativos brasileiros com mais otimismo”, acrescenta. “Quando há desalinhamento fiscal, ruído político ou fuga de capitais, a penalização é rápida e severa – como em 2015, 2020 e 2024.”
A conclusão da consultoria é de em 2025, até o momento, “há uma revalorização em curso, ainda que distante dos picos históricos”. “O que está por vir dependerá da manutenção da estabilidade fiscal, da trajetória da taxa de juros, da evolução do dólar global – e, claro, da confiança do investidor estrangeiro no Brasil.”
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