

A Ativa Investimentos elevou a recomendação da Bolsa brasileira de neutra para compra nesta quarta-feira (9), mencionando que a decisão se apoia nas quedas recentes do Ibovespa devido à política tarifária de Donald Trump e também por uma “mudança na percepção dos investidores com relação ao cenário político local de 2026”. O preço-alvo de 142 mil pontos para dezembro de 2025, contudo, não foi alterado.
Sobre a guerra comercial, a leitura inicial da corretora é a de que, em comparação a outras economias, o Brasil se saiu “relativamente melhor”, já que Trump aplicou uma taxa de 10% – o piso das tarifas recíprocas – para o País, embora ainda sem detalhe com relação a cotas. “Além disso, cabe ressaltar que o nosso principal parceiro comercial é a China e, portanto, os efeitos podem ser mais indiretos do que diretos”, escreve o analista Ilan Arbetman, que assina o relatório.
Já em relação ao cenário político, a Ativa destaca que “desde a virada do ano, observamos algumas pesquisas de avaliação do governo Lula bastante negativas, com implicações reais com relação ao cenário de 2026”. Para Arbetman, investidores que estavam praticamente zerados em Brasil podem vir a montar posição “para se expor em um eventual rali no caso de uma guinada política, como visto na Argentina”.
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O analista pontua ainda que o valuation (valor do ativo) da Bolsa brasileira está barato, tanto pela ótica dos múltiplos quando pelo valor presente dos fluxos de caixa (DCF).
“Muitas empresas da Bolsa brasileira negociam em níveis ‘baratos’, principalmente após as quedas recentes com os ruídos vindo dos EUA, o que abre boa margem de segurança e potencial de valorização. Esta afirmação não chega a ser uma novidade, mas acreditamos em um fluxo de notícias mais benigno, que pode servir de gatilho para uma melhor precificação de ativos de renda variável ao longo do ano”, afirma.