A Bolsa de Valores de Tóquio, que já foi a maior do mundo, mas perdeu relevância nos últimos anos, prepara um plano de renascimento que inclui padrões mais rigorosos para listagem no segmento “Prime”, que têm as maiores empresas de capital aberto do país.
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Para se qualificar como Prime, uma empresa precisa ter pelo menos um terço de conselheiros independentes e pelo menos 35% de suas ações devem ser flutuantes ou disponíveis para negociação pelo público. As empresas devem concordar em ter mais diálogo com os investidores e fazer divulgações em inglês.
O presidente da Bolsa de Tóquio, Hiromi Yamaji, diz que o endurecimento das regras é melhor feito de forma lenta e constante. Seus apoiadores apontam para sinais de mudança nos últimos anos: mais estrangeiros e mulheres estão atuando em conselhos japoneses, os negócios estão aumentando e investidores ativistas ajudaram a elevar o valor de alguns dos pilares do mercado.
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Alguns investidores estrangeiros, porém, dizem que o verdadeiro problema da bolsa não são apenas questões pontuais, mas todo a estrutura da administração corporativa no Japão, onde muitas grandes empresas estão estagnadas e sem dinheiro. Esses investidores dizem que muitas companhias veem uma listagem na seção superior da bolsa como uma distinção honorária, e não como um estímulo para se envolver com os acionistas.
“O Japão não é um país fácil de se investir para a comunidade global. Há também uma cultura corporativa peculiar”, explica o gerente de portfólio do Hennessy Japan Fund, com sede em Hong Kong, Masakazu Takeda.
O mercado de Tóquio, que no final da década de 1980 representava cerca de 40% do valor do mercado de ações do mundo, agora vale em sua totalidade menos do que a Apple, a Microsoft e a Alphabet juntas. Em valor de mercado, o total de cerca de US$ 6,2 trilhões de Tóquio a coloca em quinto lugar globalmente, depois da Bolsa de Valores de Nova York, Nasdaq e mercados na Europa e na China. Fonte: Dow Jones Newswires