

As bolsas de Nova York operam em queda nesta terça-feira (4), com aversão a risco dos investiores ditando o tom dos mercados em Wall Street diante das tensões nas relações comerciais globais com Donald Trump. A partir de hoje, produtos do Canadá e do México que chegarem no país norte-americano vão sofrer tarifas adicionais de 25%. No caso da China, a taxa foi dobrada, acumulada agora em 20%.
Os países já anunciaram novas taxas de importação aos produtos dos Estados Unidos em retaliação às tarifas impostas pelo governo americano. O Ministério das Finanças da China aplicou tarifas de 15% sobre importações de frango, trigo, milho e algodão dos EUA e tarifas de 10% sobre outros alimentos, incluindo soja e laticínios. Além disso, 15 empresas americanas não poderão mais comprar produtos chineses sem autorização especial.Veja os detalhes na cobertura do Estadão.
Por volta das 16h52 (horário de Brasília), o Dow Jones registrava queda de 0,62%, o S&P 500 caía 0,20% e a Nasdaq subia 0,70%, depois de ter recuado cerca de 1% ao longo do dia.
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O Morgan Stanley alerta que as tarifas sobre México, Canadá e China poderiam diminuir o lucro conjunto do S&P 500 entre 5% e 7% e consequências econômicas “significativas”. Dentre elas, estão o aumento da inflação nos EUA, menor crescimento e recessão no México, citam os estrategistas do banco americano, em comentário a clientes, segundo apurou o Broadcast.
Ações da Nvidia rascanham recuperação após tombo
As ações da Nvidia (NASDAQ:NVDA) sofreram queda após as novas tarifas de Donald Trump abalarem os investidores. Os papéis despencaram quase 9% na segunda-feira (3) após os anúncios. Os planos agressivos de tarifas provocaram uma queda mais ampla no mercado, com as restrições comerciais derrubando as ações e fazendo o Dow Jones despencar mais de 600 pontos. Na manhã desta terça (4), as ações operavam em leve alta de 0,21%.
Os papéis de empresas de tecnologia asiáticas também caíram. As ações da Advantest, uma empresa japonesa de semicondutores, da sul-coreana SK Hynix e de empresas chinesas de inteligência artificial caíram após o anúncio das tarifas.
Bolsas europeias recuam em meio às tarifas de Donald Trump
Segundo informações do Broadcast, as bolsas da Europa fecharam em queda expressiva nesta terça-feira, com os temores desencadeados pela entrada em vigência das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em Londres, o índice FTSE 100 fechou em queda de 1,27%, a 8.759,00 pontos. Em Frankfurt, o DAX recuou 3,53%, a 22.328,91 pontos. O CAC 40, de Paris, caiu 1,85%, a 8.047,92 pontos. Em Madri, o Ibex 35 perdeu 2,49%, a 13.039,60 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 registrou baixa de 1,64%, a 6.700,33 pontos, enquanto em Milão, o FTSE MIB marcou variação negativa de 3,41%, a 37.736,16 pontos. As cotações são preliminares.
Em análise, o Deutsche Bank menciona que a Europa deve estar pronta para “um grande golpe em seu crescimento já anêmico”, à medida que a política tarifária americana se torna cada vez maior. De acordo com o banco alemão, ainda que a UE esteja menos exposta ao mercado dos EUA do que os vizinhos do país, a pressão tarifária ainda tiraria 1 ponto porcentual do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do continente. “Grandes mudanças na ordem global que influenciarão os mercados e as economias nos próximos anos estão, sem dúvida, surgindo agora”, pontua o Deustche Bank ao relembrar que os europeus devem ser alvos de tarifas de 25%, assim como os canadenses e mexicanos.
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As principais montadoras europeias fecharam em queda, como a Ferrari (-3,95%), Mercedes-Benz (-5,34%), Volkswagen (-2,28%), Stellantis (-10,67%) e Renault (-4,85%). As cotações são preliminares.
No entanto, de acordo com o Swissquote Bank, apesar dos temores, os investidores têm preferido ações europeias em vez das americanas devido a preocupações com o crescimento mais fraco nos EUA, considerando o impacto das tarifas. Além disso, é esperado que a UE realize mais investimentos no setor de defesa, o que pode dar suporte ao apetite de risco. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs um plano de 800 bilhões de euros, nomeado “REARM Europe”, para fortalecer as defesas.
*Com informações da Fortune e do Broadcast