O Bradesco (BBDC4) registrou lucro líquido recorrente de R$ 5,402 bilhões no quarto trimestre de 2024, resultado 87,7% maior que o do mesmo intervalo do ano anterior, e 3,4% superior ao do terceiro trimestre do ano passado. No ano de 2024, o lucro do banco subiu 20%, para R$ 19,554 bilhões.
O resultado foi em linha com as estimativas do Broadcast, que era um lucro do Bradesco de R$ 5,335 bilhões. O ano foi marcado pela recuperação das margens do Bradesco, que voltou a crescer no crédito. Além disso, a incorporação de uma fatia maior da Cielo, que teve o capital fechado em agosto do ano passado, ampliou o crescimento das receitas com serviços.
O retorno sobre o patrimônio líquido foi de 12,7% no quarto trimestre, alta de 5,8 pontos porcentuais em um ano, e de 0,3 p.p. em um trimestre. O Bradesco fechou o ano de 2024 com R$ 2,127 trilhões em ativos, crescimento de 8,3% no comparativo anual. O patrimônio líquido foi a R$ 162,661 bilhões, queda de 0,2% em um ano.
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A margem com clientes, que reflete o ganho em operações de crédito, teve alta de 4,7% em um ano, para R$ 16,153 bilhões, e alta de 3,3% em um trimestre. Na tesouraria, o resultado foi de R$ 842 milhões, alta de 21% no comparativo anual. A margem financeira total subiu 5,4% em relação ao quarto trimestre de 2023, para R$ 16,995 bilhões. Em um trimestre, houve alta de 6,2%.
A carteira de crédito do Bradesco encerrou o trimestre em R$ 981,692 bilhões, alta de 11,9% em um ano, e de 4% em relação ao trimestre anterior. A alavanca foram as operações para grandes empresas, que subiram 17,9% em um ano, para R$ 314,773 bilhões. A inadimplência era de 4,0%, pelo critério de atrasos acima de 90 dias, baixa de 1,1 p.p. em um ano.
As receitas com serviços tiveram alta de 13,7% em um ano, para R$ 10,262 bilhões, diante da incorporação dos números da Cielo. Sem eles, o crescimento teria sido de 7,9% no mesmo período.
“Em 2024, entregamos lucro líquido de aproximadamente R$ 2 bilhões acima do que estava implícito no centro do nosso guidance porque aproveitamos oportunidades para crescer significativamente em linhas de alta margem líquida, mesmo que tivessem spreads menores”, disse em nota o presidente do banco, Marcelo Noronha.
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De acordo com ele, o Bradesco fechou 2024 com o maior porcentual da carteira garantido por colaterais desde 2018. O ano passado foi o primeiro completo de sua gestão, que tem por missão recuperar os resultados do segundo maior banco privado do País e também promover uma ampla reestruturação do conglomerado.
Segundo Noronha, a transformação será acelerada em todas as frentes ao longo de 2025. Ao mesmo tempo, o apetite de risco do banco para o crédito foi reduzido, diante de um cenário econômico mais difícil. “Nossa carteira de crédito crescerá em linha com o mercado em 2025. Nossa opção é por garantir a sustentabilidade da nossa jornada, evoluindo com segurança e mantendo o custo de crédito sob controle”, afirmou. Noronha destacou ainda avanços como a criação de uma diretoria de agronegócio no atacado do banco, a compra de 50% do banco John Deere e o lançamento do Bradesco Principal, novo segmento voltado aos clientes de alta renda.
Inadimplência do Bradesco cai no quarto trimestre
No quarto trimestre de 2024, a inadimplência do Bradesco era de 4,0%, pelo critério de atrasos acima de 90 dias. O índice recuou 1,1 ponto porcentual na comparação com o mesmo período de 2023, e registrou outra queda de 0,2 ponto em relação ao terceiro trimestre do ano passado. Segundo o banco, a melhora reflete a qualidade das concessões de crédito mais recentes, que têm atrasos inferiores aos das mais antigas.
No segmento de pessoas físicas, o índice foi de 5,1%, queda de 0,8 p.p. em um ano, mas estável em relação ao terceiro trimestre do ano passado. Entre as micro, pequenas e médias empresas, a inadimplência foi de 4,4%, baixa de 2,4 p.p. em 12 meses. Em relação ao trimestre anterior, houve baixa de 0,6 p.p..
As despesas do Bradesco (BBDC4) com Provisões contra Devedores Duvidosos (PDD) somaram R$ 7,460 bilhões no quarto trimestre de 2024, baixa de 29,1% em relação ao mesmo período de 2023. Em três meses, houve crescimento de 4,7%. Em base anual, a melhora da qualidade das safras reduziu o custo do crédito, assim como o mix da carteira. Além disso, o banco ampliou a eficiência da cobrança.
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