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- O banco manteve a projeção de alta de 3,30% para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e de 2,0% para o ano que vem, mas destacou que é possível que haja surpresas nos próximos meses, após a interrupção entre março e abril
(Estadão Conteúdo) – O Bradesco elevou a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021 de 5,00% para 5,20% – perto do teto da meta de 5,25% – e afirmou que a janela de apreciação cambial e a resiliência exibida pela atividade econômica neste ano colocam um viés positivo para o cenário. O banco manteve a projeção de alta de 3,30% para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e de 2,0% para o ano que vem, mas destacou que é possível que haja surpresas nos próximos meses, após a interrupção entre março e abril.
Em comentário, o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, cita dados de arrecadação, vendas no varejo, serviços prestados às famílias e geração de empregos formais para ilustrar a resiliência da economia durante a pandemia de covid-19.
“Esse quadro, combinado com a superação do impasse no Orçamento e a expectativa de redução das hospitalizações, abre espaço para a melhora de preços de ativos. Com novos estímulos do governo, expansão do crédito e forte elevação dos preços das commodities, a economia tende a surpreender positivamente no segundo semestre, após os dados fracos que observaremos entre março e abril.”
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Honorato pondera, contudo, que a fragilidade das regras fiscais brasileiras e o risco de elevação das taxas de juros nos EUA serão determinantes para definir se essa janela de melhora irá ou não se converter em um quadro consistentemente mais positivo.
Nesse contexto, o cenário para a taxa de câmbio também foi, por ora, mantido em R$ 5,60, mesmo com a janela de apreciação aberta pelo fim do impasse do Orçamento, a expectativa de normalização de juros no Brasil e a elevação dos termos de troca.
Em relação à revisão na estimativa para a inflação oficial, o Bradesco destaca, em relatório, que o baixo nível de reservatórios tem aumentado o risco de acionamento de bandeira vermelha, mais cara, na conta de luz no curto prazo. Além disso, os preços de commodities em reais devem seguir pressionados mesmo com a expectativa de apreciação cambial nos próximos meses e as altas acumuladas no primeiro trimestre ainda devem levar a repasses nos bens industriais. Há ainda previsão de continuidade de pressão nos preços de alimentos, principalmente de proteínas, além de risco de impacto nos preços de serviços na reabertura do setor no segundo semestre.
Para 2022, foi mantida a expectativa de 3,50%, no centro da meta, para o IPCA, com uma taxa Selic de 5,25% no fim deste ano. A estimativa de déficit primário seguiu em 3% do PIB, o que deve levar a dívida pública a 91,3% do PIB, nível 0,4 ponto porcentual superior ao que o banco estimava antes da nova rodada de estímulos.
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