O Bradesco (BBDC4) aumentou as suas estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2023 (2,1% para 2,7%) e 2024 (1,5% para 2%), na esteira da surpresa positiva com o resultado do segundo trimestre. Segundo o banco, mesmo a desaceleração esperada para a economia doméstica no segundo semestre não deve ser capaz de reverter o desempenho observado até aqui.
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“Nossos modelos indicam que o PIB oscilará próximo à estabilidade nos dois últimos trimestres do ano, podendo mostrar dados até ligeiramente negativos. Esse ritmo esperado, somado ao observado até o momento, é compatível com um crescimento mais elevado este ano”, afirma o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa, que assina o relatório mensal de macroeconomia do banco.
O ajuste na projeção para 2024 incorpora uma revisão nas estimativas de desemprego médio no ano que vem, de 9% para 8,2%, devido às surpresas sequenciais vistas no mercado de trabalho desde meados de 2022. A estimativa considera uma taxa de desemprego neutra, ou que não acelera a inflação (Nairu, na sigla em inglês), de 7,5%.
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Mesmo com a expectativa de economia mais forte, o Bradesco reiterou as expectativas de déficit primário de 0,9% do PIB para o setor público consolidado em 2023, e de 0,7% em 2024. Esse cenário não só contrasta com a meta do arcabouço fiscal, que prevê um resultado entre -0,25% e 0,25% do PIB para o governo central no ano que vem, como já incorpora a materialização de algumas medidas anunciadas recentemente.
O banco ajustou marginalmente as projeções para a dívida bruta do governo geral em 2023 (75,9% para 76,1%) e 2024 (79,3% para 79,4%). Já as estimativas para a inflação foram mantidas este ano (4,8%) e no próximo (3,6%), ainda que com mudança nas aberturas. Segundo o Bradesco, esse cenário reforça a expectativa de que o Banco Central (BC) mantenha o ritmo de cortes de 50 pontos-base na Selic e leve a taxa a 11,75% no fim de 2023 e a 9,25% no fim de 2024.
O banco manteve a expectativa de dólar em R$ 4,80 no fim deste ano e do próximo, mesmo tendo aumentado as estimativas de déficit em conta corrente em 2023 (1,6% para 3%) e em 2024 (2,3% para 3%). Para a balança comercial, a expectativa é de superávit de US$ 71 bilhões este ano.