As ações da petroquímica Braskem (BRKM5) lideravam a maior alta do Ibovespa às 13h37 desta sexta-feira (14), em um salto de 5,89%, negociadas a R$ 21,56. Já os papéis da Rede D’Or (RDOR3), grupo hospitalar brasileiro, operavam como a segunda maior queda do mercado no mesmo momento, recuando 6,36%, a R$ 22,10. Ambas ações reagem às novas recomendações de compra de grandes bancos de investimento internacionais: UBS BB e Goldman Sachs.
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Em relatório divulgado hoje, o UBS BB, que compõe uma parceria entre o banco suíço UBS e o Banco do Brasil, elevou a recomendação para as ações da Braskem de neutra para compra. O preço-alvo das ações foi mantido em R$ 26.
Já os ativos da Rede D’Or foram rebaixados de recomendação de compra para recomendação neutra pelo Goldman Sachs. O preço-alvo foi reduzido de R$ 41 para R$ 31.
Por que as recomendações das ações da Braskem e Rede D’Or mudaram?
Braskem (BRKM5)
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A UBS BB justificou a elevação na recomendação das ações da Braskem (BRKM5) com uma previsão de melhora nos spreads petroquímicos da companhia, mas que não esperam que os mesmos voltem aos níveis registrados na pandemia, em 2021, quando a demanda aumentou.
Além disso, analistas do banco afirmam que há uma instalação da Formosa Plastics, empresa de plástico taiwanesa, que conta com 250 mil toneladas. Os especialistas disseram que a operação, iniciada em 2022, já conta com a maior parte da sua nova capacidade em operação durante os últimos meses.
“Após uma queda nos últimos meses, acreditamos que as ações da Braskem estão sendo negociadas com uma avaliação descontada, em um múltiplo de cerca de 5 vezes o EV/Ebitda (valor da empresa sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) em comparação com uma média histórica de 5,5 vezes, o que implica em um potencial de valorização atrativo”, avaliam os analistas.
Rede D’Or (RDOR3)
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Segundo analistas do Goldman Sachs, as ações da rede médica foram rebaixadas por conta de preocupações do banco quanto à tese de investimento.
“Embora consideremos que a Rede D’Or tenha um histórico operacional único, habilidades de alocação de capital e uma equipe de gestão bem conceituada, prevemos um momento desafiador de ganhos de curto prazo para a empresa”, explicaram em relatório.
O banco se mostrou preocupado acerca das perspectivas limitadas de geração de fluxo de caixa da rede, da sua dinâmica de rentabilidade “independente” com poder de precificação limitado e da pressão inflacionária dos custos. Além disso, analistas têm perspectivas leves para o índice de sinistralidade médica (MLR) para a SulAmerica, que foi adquirida recentemente pela Rede D’Or.
“Em nossa visão, a maior parte do potencial de valorização de nossas estimativas pode vir das sinergias da aquisição da Sul América. Embora não incorporado em nosso caso base para RDOR3, estimamos que as sinergias do negócio podem chegar a R$ 5,5 bilhões (ou 10% do valor de mercado)”, afirmam os especialistas.
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Assim, os analistas do Goldman Sachs compartilham expectativas melhores para outras ações do setor de saúde como a Hypera (HYPE3) e Oncoclínicas (ONCO3), colocando em xeque o atual múltiplo de preço sobre lucro esperado para 2024, de 18 vezes.
“Embora reconheçamos que a melhor execução da categoria e as atraentes perspectivas de consolidação da Rede D’Or lhe dão um prêmio de avaliação merecido em relação ao resto do setor, acreditamos que nomes como Hypera (HYPE3) e Oncoclínicas (ONCO3) ainda apresentam uma melhor relação de risco-recompensa aos preços atuais”.