As ações da Braskem (BRKM5) recuam 2,96%, entre as maiores quedas do Ibovespa, que cai 0,84%, aos 132.787 pontos. A empresa apresentou um crescimento de 1% nas vendas dos principais produtos químicos no mercado brasileiro no segundo trimestre, ante igual período de 2024, totalizando 632 mil toneladas.
As comercializações de resinas no mercado doméstico avançaram 1% entre abril e junho, frente a igual intervalo do ano anterior, para 829 mil toneladas. Em relação aos três primeiros meses de 2025, o aumento foi de 3%.
As exportações ficaram 30% acima do registrado um ano antes, principalmente pela maior disponibilidade de produto para venda externa, em razão da menor demanda de PE e PP no mercado brasileiro. Frente ao primeiro trimestre, a alta foi de 19%.
Produção da Braskem revela um cenário desafiador
O relatório de produção e vendas do segundo trimestre da Braskem reflete um mercado desafiador, segundo avaliação do Citi, que destaca, no entanto, que os números vieram em linha com o esperado, refletindo principalmente a recuperação da taxa de utilização no Brasil, maiores vendas nos EUA e na Europa, mas compensado por menores vendas e menor taxa de utilização no México, devido à parada para manutenção na Braskem Idesa.
Em relatório, os analistas Gabriel Barra, Pedro Gama e Andrés Cardona destacam que a empresa enfrentou spreads menores em todos os segmentos, refletindo as maiores tensões comerciais globais, devido às incertezas em relação às tarifas, que afetaram negativamente os preços de petroquímicos, enquanto o CPV foi pressionado devido às matérias-primas adquiridas em períodos anteriores.
“Em nossa visão, os números operacionais do segundo trimestre refletiram um mercado petroquímico desafiador e a Braskem deve apresentar números menores à frente, refletindo principalmente os menores spreads (sobretaxas) e a manutenção da Braskem Idesa”, afirmam.
O que diz a Braskem
Em relatório de produção do segundo trimestre, a Braskem aponta que a demanda global foi afetada pelas tensões comerciais entre Estados Unidos e China e pelas incertezas tarifárias. Esse contexto alterou os fluxos comerciais e pressionou as referências de preço no mercado internacional, provocando recuos, na comparação com o primeiro trimestre de 2025, de 10% e 12% nas cotações internacionais de PE utilizadas nos segmentos Brasil e México, respectivamente; e de 4%, 6% e 7% nas referências de PP, PVC e Principais Químicos, usadas no segmento Brasil.
A companhia acrescenta que os custos dos produtos vendidos no trimestre foram pressionados por matérias-primas adquiridas anteriormente, quando os preços estavam mais altos do que no segundo trimestre de 2025. Esse descompasso entre o custo da matéria-prima e o preço de venda afetou a rentabilidade da empresa.
Diante desse cenário, a Braskem afirma ter direcionado esforços para otimizar seus níveis de estoque e elevar a eficiência operacional.
O que fazer com as ações?
O Citi tem recomendação de compra/alto risco para Braskem (BRKM5), com preço-alvo de R$ 13,00 para as ações da empresa, o que representa um potencial de valorização de 44,6% ante o fechamento do papel no último pregão.
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*Com informações de Vinícius Novais e Beth Moreira, do Broadcast