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A S&P Global Ratings rebaixou a recomendação da Braskem para BB- e colocou a nota em observação para rebaixamento após resultados do segundo trimestre “muito mais fracos do que o esperado”, com previsão de um alto consumo de caixa até pelo menos o próximo ano.
Segundo a agência de classificação de risco, as tensões comerciais globais e a incerteza sobre tarifas aumentaram a pressão sobre a demanda e os spreads (sobretaxas) petroquímicos durante o segundo trimestre de 2025. “A geração de Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) também foi menor devido ao impacto dos estoques nos custos, já que a matéria-prima foi comprada a preços mais altos em trimestres anteriores”, destaca a S&P em relatório.
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A classificadora ressalta que os volumes em 2025 serão muito semelhantes aos de 2024. Anteriormente, a previsão era de expansão de 4% a 5% (2025 a 2026), impulsionada por ganhos de participação de mercado no Brasil em meio a tarifas de importação mais altas, bem como dos volumes maiores da empresa nos EUA e na Europa.
“Nossa previsão agora incorpora um pequeno crescimento de receita em 2025 e alguma melhora no Ebitda, mas muito mais fraca do que nossas expectativas anteriores”, afirma a S&P, que calcula Ebitda entre R$ 5,0 bilhões a R$ 5,4 bilhões para 2025, dependendo da melhora significativa no segundo semestre em relação a R$ 1,3 bilhão aos seis primeiros meses do ano, diz a casa.
Na visão da agência, isso poderia resultar dos esforços contínuos da empresa para otimizar sua estrutura de custos e com o provável benefício das tarifas antidumping de polietileno (PE) que poderiam começar já no próximo mês. “No entanto, o consumo material de caixa levaria a uma relação dívida/Ebitda em torno de 9 vezes até o final do ano e tendendo para cerca de 7 vezes no próximo ano”, afirma.
A S&P também cita que, com a redução na posição de caixa disponível de R$ 11,2 bilhões em março para R$ 9,3 bilhões em junho de 2025, além de pressões contínuas de fluxo de caixa, não enxerga mais a liquidez da Braskem como uma força.
“Dada a alta alavancagem da empresa e as condições difíceis da indústria, acreditamos que a Braskem agora tem menor flexibilidade financeira, na ausência de desenvolvimentos favoráveis que permitam uma redução mais rápida da alavancagem”, finaliza.
A Braskem reagiu à decisão da S&P Global de revisar para baixo a sua nota de crédito em escala global para BB-, com CreditWatch negativo, diante da incertezas que seguem pressionando os spreads dos produtos petroquímicos e seus impactos na liquidez da companhia.
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Em comunicado ao mercado, a Braskem (BRKM5) reforça compromisso com a sua “higidez financeira”, mediante a implementação de iniciativas de resiliência para mitigar os impactos decorrentes do prolongamento do ciclo de baixa da indústria, e com o fortalecimento da competitividade da indústria química brasileira.
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