
21/03/2025 | 13:30 Atualização: 21/03/2025 | 12:32

A petroleira Brava Energia (BRAV3), resultante da fusão entre 3R Petroleum (RRRP3) e Enauta (ENAT3), fechou o quarto trimestre de 2024 com prejuízo líquido pró-forma de R$ 1,028 bilhão. Veja o balanço na íntegra.
A companhia atribui o resultado à desvalorização cambial do período, evento contábil e, portanto, “sem efeito caixa”. Pesaram, também, as paradas nas produções dos campos de Atlanta e Papa-Terra, já retomadas.
O que fazer com as ações da Brava? Veja análises
BTG
O BTG Pactual avalia que o resultado do quarto trimestre de 2024 da Brava Energia representa um potencial ponto de virada na história da companhia, com “muitas vantagens” à frente.
Em relatório, os analistas Luiz Carvalho, Pedro Soares e Henrique Pérez destacam que, com o novo FPSO (unidade flutuante de produção) de Atlanta agora operacional e a maioria dos investimentos de integridade em Papa Terra já concluídos, a Brava terá a oportunidade de desalavancar significativamente seu balanço ao longo de 2025 – supondo que consiga aumentar com sucesso a produção offshore (fora da costa) e, pelo menos, evitar o esgotamento de seu portfólio onshore.
“Qualquer desinvestimento de ativos não essenciais poderia servir como um catalisador positivo adicional, acelerando a transferência de valor da dívida para o patrimônio líquido. Reduzir a percepção de risco é essencial para fechar a lacuna do valuation em relação aos pares – atualmente em 30% com base na relação entre o valor da empresa sobre o Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) de 2025”, escreve a equipe no documento.
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Dito isso, os profissionais ressaltam que o menor rendimento do fluxo de caixa livre para o acionista esperado este ano (abaixo de 10% após as parcelas de fusões e aquisições) continua sendo uma ressalva e pode limitar a urgência do investidor em precificar uma reclassificação mais rápida.
O BTG reitera recomendação de compra para os papéis da Brava, com preço-alvo de R$ 32, o que representa um potencial de valorização de 74,8% sobre o último fechamento.
Safra
O resultado da Brava Energia foi considerado “fraco como o esperado” pelo Safra. O banco, no entanto, tem a expectativa de que este ano deverá ser melhor para a empresa.
Segundo o relatório, a queda de 31% no comparativo com o trimestre imediatamente anterior ocorreu devido ao desempenho ruim na operação, incluindo uma produção offshore menor, uma queda nas receitas de serviços e preços mais baixos do Brent, parcialmente compensados pela depreciação do real.
“O resultado final registrou um prejuízo líquido de R$ 1,028 bilhão, valor 5% menor que nossa estimativa, e se compara ao lucro de R$ 498 milhões no último trimestre. Além dos resultados operacionais mais fracos, esse prejuízo decorre de um forte impacto cambial, contrabalançado em parte por menores despesas de administrativas e pela contabilização de créditos fiscais”, informa o relatório assinado por Conrado Vegner e Vinícius Andrade.
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Segundo o Safra, os números “pouco inspiradores” já estavam precificados e, por isso, reiteram a expectativa de que o resultado não reflete todo o potencial do portfólio da Brava. “Já está mostrando alguma melhora substancial nos números de produção nos primeiros dois meses de 2025. Isso, juntamente com o menor capex esperado para este ano – à medida que a transição do FPSO Atlanta (plataforma no campo de Atlanta na bacia de Santos) e os trabalhos de manutenção são concluídos -, deve impulsionar a geração de caixa.”
O Safra tem recomendação outperform (equivalente a compra) para o papel da Brava Energia (BRAV3), com preço-alvo de R$ 35, o que equivale um potencial de valorização de 91% em relação ao fechamento do pregão de quinta-feira, que foi de R$ 18,31.
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