

A BRF (BRFS3) voltou a ser a principal recomendação da XP Investimentos para o setor de proteína animal, com os analistas destacando um ponto de entrada atrativo e um forte potencial de valorização no curto prazo. “A BRF continua sendo nossa principal escolha (top pick), pois enxergamos um ponto de entrada atrativo, dado seu desempenho recente abaixo dos pares e o posicionamento leve dos investidores“, afirmaram Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak, responsáveis pelo relatório.
Os analistas ressaltaram que a BRF está sendo negociada a um múltiplo de 4,3 vezes o valor da empresa (EV)/Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2025 e 2026, enquanto a JBS opera a 5,1x e 5,5x nos mesmos anos. “Continuamos gostando da tese de investimento da JBS (JBSS3) e mantemos nossa recomendação de compra, especialmente considerando seu forte potencial de re-rating no caso de uma dupla listagem, além de fundamentos sólidos para 2025”, acrescentaram.
Desde os resultados do quarto trimestre de 2024, as ações da BRF caíram cerca de 32% em relação aos pares e 35% em comparação ao Ibovespa, consequência de uma reavaliação da empresa, mesmo sem deterioração significativa dos fundamentos. Para os analistas da XP, esse movimento abre espaço para uma recuperação. “Observamos um posicionamento leve dos investidores na ação, enquanto o forte momentum de lucros no curto prazo provavelmente impulsionará um re-rating do papel”, explicaram.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
O relatório também abordou a preocupação com os custos, em especial o impacto dos preços do milho e as previsões climáticas. Segundo os analistas, apesar desses riscos, as projeções climáticas estão melhorando marginalmente e os preços do farelo de soja seguem favoráveis. “Os fundamentos de oferta e demanda sustentam a visão de repasse de preços, o que provavelmente mitigará as pressões de custo”, afirmaram.
A análise detalhada da XP sobre a estrutura de custos da BRF concluiu que o ambiente segue favorável no curto prazo, o que pode sustentar um desempenho sólido no primeiro trimestre de 2025. Além disso, os modelos da corretora indicam uma queda na produção de carne vermelha global e brasileira, o que deve manter os preços elevados e beneficiar o frango nos próximos três a cinco anos.