O BTG Pactual retomou a cobertura das ações da construtora HBR Realty (HBRE3) com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 8, o que representa um potencial de alta de 88% para os papéis nos próximos 12 meses, já que terminaram a sessão de sexta-feira (22) cotados a R$ 4,25. O banco acredita que as ações negociam a um valor de mercado “extremamente baixo” atualmente, mas possíveis vendas de ativos no horizonte, reforçadas pelas recentes medidas da gestão, podem levar a uma liberação significativa de valor daqui para frente.
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O BTG relembra que a HBR possui aproximadamente 159.000 metros quadrados de ABL (área bruta locável) e está desenvolvendo um grande portfólio de projetos que devem entrar em operação nos próximos anos. A maior parte do Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) desses novos projetos deve se materializar apenas no médio e longo prazo. Enquanto isso, a companhia já enfrenta despesas de capex (despesas de capital) e carrega uma dívida elevada para desenvolver esses projetos, resultando em uma alavancagem alta.
No entanto, o banco avalia que a construtora pode mudar rapidamente sua realidade financeira se vender algumas propriedades. “Acreditamos que isso é viável, já que a HBR possui ativos de alta qualidade, realizou vendas recentemente e o mercado de fundos imobiliários está em expansão. Mais importante, as ações estão sendo negociadas a um preço/PAN (patrimônio ajustado líquido) de apenas 0,38x, o que sugere que fusões e aquisições poderiam não apenas reduzir sua alavancagem, mas também reforçar que os ativos da HBR estão fortemente subvalorizados”, destacam os analistas Elvis Credendio e Gustavo Cambauva, que assinam o relatório.
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Ainda segundo o BTG, a companhia vendeu, recentemente, um hotel por R$ 41 milhões e possui um grande volume de outras propriedades premium que podem ser vendidas a qualquer momento. Essa característica, na visão do banco, deve levar a empresa a reduzir substancialmente sua alavancagem, criando espaço em seu balanço para continuar desenvolvendo seu portfólio de projetos.
Mesmo com a recomendação de compra, o BTG destaca que a HBR é uma aposta de alto risco e alto retorno. O cenário macroeconômico é desafiador e o fato de as taxas de juros estarem voltando a subir torna os investimentos em empresas alavancadas e ações de baixa liquidez mais complexos. Além disso, quanto mais tempo a companhia demorar para vender uma quantidade relevante de propriedades e reduzir sua alavancagem, mais sua dívida poderá prejudicar o patrimônio ajustado líquido, dificultando o potencial de alta das ações.
“Estamos cientes do risco de que as ações da HBR podem se tornar uma armadilha de valor. No entanto, acreditamos que um desconto implícito de 62% em relação ao valor líquido de seus ativos e uma taxa interna de retorno real (nossa métrica preferida para empresas em forte expansão) de 15,5% são atrativos demais para serem ignorados, justificando nossa recomendação”, ressalta o BTG.