O fim da recuperação judicial é um marco importante para a Oi, mas não necessariamente bom para as operações da empresa e seu fluxo de caixa, avalia o BTG Pactual. Em relatório, os analistas do banco destacam que a companhia não estará mais protegida contra a necessidade de efetuar depósitos para ações judiciais em andamento e outras demandas que possam surgir de credores.
Leia também
“Dito isso, as garantias desses processos não precisam necessariamente ser depositadas em dinheiro, pois a empresa pode colocar alguns de seus imóveis como garantia processual para não prejudicar seu fluxo de caixa”, ponderam Carlos Sequeira, Osni Carfi e Guilherme Guttilla. Os analistas estimam saídas de caixa de R$ 1,7 bilhão em três anos para pagamento de depósitos judiciais
Além disso, pontuam que a Oi sai da recuperação judicial com uma dívida considerável de R$ 22 bilhões sendo R$ 18 bilhões líquidos, despesas financeiras muito altas e fluxo de caixa pressionado. “Talvez mais preocupante, os títulos de 2025 da empresa no valor de US$ 1,6 bilhão terão que ser refinanciados em condições desafiadoras”, complementam.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Para as ações, consideram que a principal mudança é que agora os papéis (após o grupamento) passam a ser elegíveis para entrar no Ibovespa. Além disso, alguns investidores que não vinham considerando a ação devido a restrições relacionadas à sua recuperação judicial poderiam começar a fazê-lo.
O BTG tem recomendação neutra para os papéis da Oi, com preço-alvo de R$ 0,25, o que representa um potencial de alta de 47% em relação ao fechamento de ontem.