BTG Pactual reporta lucro recorde e mantém ROE acima de 28%, com desempenho forte em todas as divisões, segundo Safra e Citi. (Foto: Adobe Stock)
Os papéis do BTG Pactual (BPAC11) sobem cerca de 3,09% nesta terça-feira (11), sendo negociados a R$ 52,79 às 11h39, impulsionados pela divulgação de resultados robustos referentes ao terceiro trimestre de 2025. O banco reportou lucro líquido ajustado recorde de R$ 4,539 bilhões no período, o que representa alta de 8,54% frente ao segundo trimestre e de 42% na comparação anual. A
s receitas totais também atingiram patamar histórico, somando R$ 8,818 bilhões, avanço de 6% em relação ao trimestre anterior e de 37% frente ao mesmo intervalo de 2024. O retorno ajustado sobre o patrimônio líquido (ROAE) subiu para 28,1%, consolidando mais um trimestre de forte rentabilidade mesmo em um ambiente de juros elevados.
Segundo o Banco Safra, o desempenho do BTG Pactual superou novamente as expectativas – que já eram altas – com um resultado cerca de 5% acima do previsto, mesmo desconsiderando os ganhos excepcionais em áreas como Banco de Investimento e Vendas e Negociação.
“O banco conseguiu expandir seu ROE sequencialmente para 28%, o que é impressionante considerando o cenário de altas taxas de juros”, afirmaram os analistas Daniel Vaz, Maria Luisa Guedes e Rafael Nobre.
Para o Safra, o trimestre deve levar a uma nova revisão de lucros, podendo elevar o consenso atual em até 10%, o equivalente a um lucro total de R$ 17,6 bilhões no ano. A instituição reiterou recomendação de compra, destacando que o preço-alvo de R$ 51 já foi superado após o fechamento anterior.
Os analistas do Safra também destacaram que o bom desempenho foi generalizado entre as divisões do BTG, com destaque para Investment Banking (IB), Sales & Trading (S&T) e juros. Embora as despesas operacionais tenham ficado 3% acima do esperado, principalmente por conta de maiores bônus pagos aos funcionários, a relação custo-receita caiu para um mínimo histórico de 34,1%, refletindo ganho de eficiência.
O Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do banco superou as projeções em 13%, enquanto o índice Capital Ordinário Nível 1 (CET1, é o capital de maior qualidade de um banco, composto principalmente por ações ordinárias, lucros retidos e reservas) recuou levemente para 11,5%, ainda dentro de níveis confortáveis de capitalização.
“Isso apenas evidencia que o banco está construindo um ecossistema diversificado, capaz de navegar por diferentes cenários, e que o mercado pode estar subestimando o potencial do ROE [Retorno sobre o Patrimônio Líquido] caso o cenário melhore”, reforçou o Safra em relatório.
O Citi também avaliou os números do BTG de forma positiva, classificando o trimestre como “mais um recorde em receitas e lucratividade”. Para os analistas Gustavo Schroden, Brian Flores e Arnon Shirazi, o banco superou as estimativas em praticamente todas as linhas de receita, com destaque para Sales & Trading, que ficou 27% acima do esperado, e Investment Banking, que manteve resiliência mesmo em um mercado de operações mais fraco. Corporate Lending e Wealth Management ficaram dentro das projeções, enquanto Asset Management e Participations surpreenderam positivamente.
“O BTG conseguiu diversificar suas fontes de receita e manter ritmo sólido de crescimento com alavancagem operacional, realocando capital em novas oportunidades mesmo em um ambiente pouco favorável”, destacou o Citi.
Na avaliação da instituição americana, a capacidade do BTG de gerar capital de forma orgânica e manter ROEs acima de 27% em dois trimestres consecutivos reforça a sustentabilidade de sua rentabilidade. O Citi mantém recomendação de compra para as units do BTG Pactual, com preço-alvo de R$ 55, o que representa potencial de valorização de 7,4% frente ao último fechamento.
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Para o CEO do banco, Roberto Sallouti, o desempenho recorde reflete “os investimentos estratégicos realizados ao longo da última década, que ampliaram a presença do BTG em novos segmentos e consolidaram o banco como uma instituição completa”. Ele acrescentou que o foco em inovação, gestão de custos e experiência do cliente seguirá norteando o crescimento de longo prazo.