Ibovespa, o principal índice da B3. (Foto: Adobe Stock)
O BTG Pactual afirma que, apesar do forte desempenho do Ibovespaem 2025, as ações brasileiras seguem baratas. Segundo o banco, o índice negocia com múltiplo de 10,6 vezes o lucro projetado para os próximos 12 meses sem considerar Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3), e chegando a 9,1 vezes considerando as duas blue chips, nível um desvio padrão abaixo da média histórica de 11,9 vezes.
Em extenso relatório, os analistas Carlos Sequeira, Leonardo Correa, Antonio Junqueira, Osni Carfi e Bruno Henriques reconhecem que as taxas reais de juros de longo prazo seguem elevadas, em 7,2%, o que deixa o prêmio de risco das ações em 2,2%, inferior à média histórica.
Ainda assim, avaliam esse patamar como uma oportunidade. Com a aproximação das eleições presidenciais de 2026, um resultado que sinalize maior disciplina fiscal poderia, na leitura do banco, derrubar rapidamente as taxas reais longas e impulsionar a expansão dos múltiplos dos ativos locais.
Para quantificar essa visão, o BTG construiu três cenários. No primeiro, considerado benigno, as taxas reais recuam para 5% e o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) avança a 3%. Nesse quadro, o Ibovespa voltaria à média histórica de cerca de 12 vezes o lucro, descontado Petrobras e Vale, o que colocaria o índice em 186 mil pontos, com potencial de alta de 17%.
Se o desfecho eleitoral for o que o BTG considera “positivo” e o mercado aceitar pagar 14 vezes o lucro, patamar um desvio padrão acima da média, o Ibovespa alcançaria 220 mil pontos, num ganho estimado em 38%. Já num ambiente mais adverso, com contas fiscais desorganizadas e crescimento mais fraco, o múltiplo poderia encolher para 8 vezes, empurrando o índice para 120 mil pontos, queda de 23%.