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BTG Pactual: JBS teve novo bom trimestre; carne nos EUA é destaque

Segundo os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin, o destaque continuou sendo a operação dos EUA

BTG Pactual: JBS teve novo bom trimestre; carne nos EUA é destaque
(Fonte: Shutterstock/rafapress/Reprodução)

A JBS entregou outro trimestre sólido, avalia o BTG Pactual em relatório, com Ebitda recorrente de R$ 13,2 bilhões um pouco acima das expectativas, graças à margem de 13,5%, 90 pontos-base a mais que o projetado pelo banco. Segundo os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin, o destaque continuou sendo a operação dos Estados Unidos.

“Como esperado, a carne bovina dos EUA continua a se destacar com uma margem Ebitda de 18,6% que marcou um recorde para o quarto trimestre e permanece cerca de 3 vezes a 4 vezes acima do histórico. O Ebitda de R$ 7,8 bilhões na divisão foi o segundo mais forte já registrado, também suportado por uma receita recorde de R$ 41,2 bilhões nos preços crescentes da carne bovina que mais do que compensou a inflação do custo do gado”, apontam em relatório.

O banco aponta que a Austrália continuou a melhorar apesar do fornecimento de animais ainda escasso. Na Seara, as receitas cresceram 34% na base anual, superando os pares principalmente graças a um crescimento de volume de 15%. No mercado doméstico, os volumes da FPP cresceram 5%, também acima dos pares, embora a melhora anual de 11% de preço tenha sido um pouco mais fraca.

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Em 2021, o faturamento da Seara foi 76% do faturamento da BRF, ante 51% apenas três anos antes. A JBS Brasil e a US Pork também apresentaram resultados acima do esperado.

Como a normalização do ciclo do gado nos EUA leva mais tempo para ocorrer, e a inflação do preço da proteína trouxe a receita da JBS para um novo patamar (em 2022 deve ser 78% acima de 2019), a estimativa do BTG de Ebitda de R$ 42 bilhões para 2022 ainda é de 14% acima do consenso e coloca a JBS em um patamar “injustificado” de 3,7 vezes o EV/Ebitda 2022, apesar da expectativa de alguma normalização de margem.

“A diversificação também deve significar que, mesmo sob margens normalizadas, os múltiplos continuam a parecer pouco exigentes (4,6 vezes para 2023; 20% abaixo do histórico), para uma empresa mais enxuta, sem risco e mais focada”, concluem os analistas.

O BTG também acredita que a capacidade de continuar a pagar dividendos e realizar recompras de ações também deve limitar o potencial de queda do preço das ações.

A casa reiterou a recomendação de compra do papel ON da JBS, com preço-alvo de R$ 55, implicando em potencial de alta de 46,2% ante o fechamento de ontem.

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