O BTG Pactual (BPAC11) passou a recomendar aos clientes que montem posições compradas em bancos da região andina da América Latina, financiadas pela venda das ações dos quatro maiores bancos brasileiros listados em Bolsa. Na visão da casa, instituições de países vizinhos oferecem uma relação risco-retorno mais atrativa neste momento que as brasileiras.
A recomendação é de compra das ações do peruano Credicorp, do Santander chileno e do colombiano Bancolombia. “Para financiar as posições compradas, usamos Brasil (via os quatro incumbentes Itaú [ITUB5], Bradesco [BBCD4], Santander [SANB11] e Banco do Brasil [BBAS3]) devido à desaceleração da atividade econômica e dos empréstimos em 2025 e a avaliações mais desforáveis”, afirma a equipe liderada por Eduardo Rosman e pelo analista de bancos andinos Alonso Aramburu.
Para comparar os preços dos bancos da região, o BTG considera que um banco com custo de capital mais baixo é mais atrativo que outro com custo maior, isso no caso em que a diferença entre o custo de capital e o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) de ambos seja a mesma.
Dessa forma, um banco com ROE de 15% e custo de capital de 10% oferece melhor risco-retorno que outro com ROE de 20% e custo de capital de 15%. Sob essa métrica, os bancos brasileiros vivem um cenário desfavorável com a alta da Selic, hoje em 12,25% e perspectiva de novas altas.
Adicionalmente, o BTG afirma que o sentimento entre os bancos com a economia brasileira começa a se aproximar ao da Faria Lima, que tem sido mais pessimista com o desempenho de indicadores como Produto Interno Bruto (PIB) e inflação. Isso deve desacelerar a concessão de crédito neste ano, enquanto a alta dos juros pode elevar a inadimplência a partir do segundo semestre.
Nos casos de Peru, Chile e Colômbia, as perspectivas econômicas são mais positivas, com ciclos de crédito mais favoráveis, crescimento maior, inflação e juros mais baixos. Nos casos de Chile e Colômbia, o BTG acredita que a expectativa de uma guinada política nas eleições, que acontecem entre este ano e o próximo, ajudem a impulsionar os ativos locais.