

Os investidores estrangeiros ficaram com 50% das ações da Caixa Seguridade (CXSE3), na operação de follow-on (oferta subsequente de ações) da empresa na última terça-feira (25) e que movimentou R$ 1,2 bilhão, de acordo com fontes. A demanda pelos papéis foi acima de três vezes o livro de ofertas.
O interesse dos investidores internacionais ficou acima da média das últimas ofertas de ações na B3. Nelas, a participação variou de 30% a 40%, ressaltam as fontes. A transação da Caixa foi a primeira do ano e marcou o fim do jejum dessas operações na B3. A última empresa a levantar recursos na Bolsa havia sido a Eneva (ENEV3), em outubro de 2024. Nos últimos três anos, as ofertas subsequentes movimentaram R$ 115 bilhões, num total de 50 transações. A Bolsa brasileira não tem IPOs, que são as ofertas iniciais, desde agosto de 2021.
A venda de ações deve ajudar a trazer uma nova composição para a base acionária, com uma maior participação de investidores estrangeiros, incluindo fundos com apostas de longo prazo e que ajudam a segurar o preço da ação. Para o presidente da Caixa Seguridade, Felipe Mattos, o que ajuda a atraí-los é a previsibilidade de resultados. As seguradoras da holding dependem menos de linhas mais voláteis do que pares de mercado.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
A holding está em 17 índices de ações e é coberta por várias casas de análise, locais e estrangeiras, após um trabalho de apresentação da tese que Mattos estimulou e que envolveu toda a administração. Um de seus objetivos foi aumentar a participação da Caixa em eventos de bancos internacionais, onde consegue ter acesso a investidores lá de fora.
Maratona
A seguradora tocou hoje o sino na B3, como cerimônia simbólica da transação. A oferta foi fechada após uma maratona de 300 reuniões com analistas e investidores, locais e estrangeiros, desde o começo do ano. Só nas últimas duas semanas, foram 110 encontros.
A agenda intensa foi a preparação da Caixa Seguridade para emplacar a primeira oferta de ações do ano, e veio após dois anos em que a holding de seguridade da Caixa ampliou o contato com investidores e analistas de mercado não só por causa da oferta, discutida há um ano, mas também para tornar o negócio mais visto – e comentado – pelo mercado.
O maior produto do grupo é o seguro habitacional, que fica ativo enquanto o cliente da Caixa paga o financiamento da casa própria. “Diferentemente do mercado estrangeiro [de seguros], nós temos previsibilidade, porque a maior parte do nosso resultado é operacional, e isso é de muito valor para o investidor estrangeiro”, disse o presidente.