(Eduardo Rodrigues e Thaís Barcellos, Estadão Conteúdo) – O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou há pouco que a desaceleração global pode influenciar mais a inflação que a contaminação de preços via a desvalorização do câmbio.
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“Quando tenho movimento de ajuste de juros globais, posso ter fuga de capital. No caso de países de emergentes, isso influencia muito a taxa de câmbio, que pode despertar um processo inflacionário. Do outro lado, também tenho uma desaceleração global muito grande, com preços de commodities caindo e influenciando o câmbio. Estamos em momento em que componente de desaceleração tende a ser mais forte”, afirmou, em evento promovido pelo Instituto Millenium.
Campos Neto repetiu que o Brasil fez seu ajuste monetário mais rápido. “O real tem sido a melhor moeda do G20 desde o começo do ano, entendemos que ancoramos neste aspecto”, completou. “O fiel da balança é saber como irá se desenvolver o processo de ajuste de juros pelos Estados Unidos. O mercado entende que há uma desaceleração encomendada nos EUA que vai gerar um processo deflacionário”, acrescentou.
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Por outro lado, avaliou, se houver uma janela extensa de alta de inflação com desaceleração da economia dos EUA, pode haver sim uma “desarrumação” nos preços dos ativos. “Aí sim teremos um cenário que contamina mais os emergentes pelo canal do câmbio”, concluiu.