O vice-presidente da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), José Eduardo Laloni, destacou na apresentação sobre o desempenho do mercado de capitais o volume de R$ 123,7 bilhões em captações feitas por meio de ofertas de ações até setembro, citando ser o maior da série histórica da associação, desde 2011.
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“Os números mostram que apesar da instabilidade o mercado segue operando”, disse Laloni. Ele acredita que a perspectiva de o juro subir mais até o final do ano, podendo alcançar 8%, e o processo inflacionário podem ter impacto no volume de ofertas.
Mas, segundo ele, o importante é que as empresas continuam tendo interesse em acessar à bolsa para levantar recursos, fazendo com que a fila de propostas de ofertas nos bancos seja muito forte. “Isso é demonstração de que, apesar da demanda mais fraca em alguns momentos, o fluxo de propostas de abertura de capital é muito grande”, citou.
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“Vamos ter um último trimestre de juro mais alto e então a atratividade dos IPOs (sigla em inglês para ofertas iniciais) sofrerá influência. Mas o mercado de capitais é outro, com o total crescente de pessoas físicas que acessam à bolsa, as plataformas digitais ampliando a base de investidores, com educação financeira, e isso veio para ficar. Um trimestre mais fraco e outro mais forte deve ser a realidade”, explicou.
Laloni disse ainda que, momentaneamente, alguns setores estão mais afetados, pelo desempenho em bolsa, o que torna o investidor mais seletivo e isso atrapalha a emissão de novas ações por novas empresas. Entre eles, o setor de tecnologia, setor de saúde e educação. Existem, ao mesmo tempo, setores que estão subrepresentados na bolsa, como do agronegócio.
No mercado de renda fixa, o vice-presidente da Anbima citou o alongamento dos prazos das debêntures, inclusive das tradicionais, e a maior representação dos fundos de investimento nas ofertas, indicando que os investidores estão voltando a comprar esses papéis. Em 2020, eles adquiriram 23% das ofertas, sendo os bancos os maiores subscritores desses papéis, ficando com 64% das emissões feitas. Até setembro deste ano, a participação dos fundos subiu para 36,7%, enquanto dos bancos caiu para 45,1%.
Laloni chamou atenção também para a movimentação no mercado secundário de debêntures, que atingiu patamar de R$ 150,3 bilhões até setembro. “O mercado secundário tem sido muito forte e provavelmente vamos bater o recorde de mercado secundário da série histórica”, comentou.
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