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Números de atacarejo do Carrefour (CRFB3) no 2T24 surpreendem; veja as análises

O varejista reverteu prejuízo do ano anterior com um lucro milionário no segundo trimestre

Números de atacarejo do Carrefour (CRFB3) no 2T24 surpreendem; veja as análises
Loja Carrefour Express. (Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO)

Carrefour (CRFB3) teve lucro líquido de R$ 330 milhões no segundo trimestre de 2024 e reverteu prejuízo de R$ 249 milhões no mesmo período de 2023. No conceito ajustado, o lucro foi de R$ 151 milhões, com alta de 412,5%.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da varejista ficou em R$ 1,609 bilhão, alta de 20,2%. Já a receita líquida foi de R$ 29,619 bilhões, com alta de 7,8%. A receita líquida das vendas das lojas, por sua vez, foi de R$ 28,047 bilhões, alta de 8,1%. Veja aqui o balanço completo.

Análises sobre o balanço do Carrefour

Citi

O Citi afirma que o destaque positivo do balanço do segundo trimestre do Carrefour Brasil foi “claramente” a aceleração de vendas mesmas lojas (SSS) do Atacadão, que superou a estimativa do banco em mais de 200 pontos-base e resultou em uma alavancagem operacional melhor.

Outros pontos positivos incluem as sinergias de taxa de utilização (run-rate) revisadas, que alcançaram R$ 2,3 bilhões e superaram o guidance (projeção) inicial de R$ 2 bilhões. “Neste contexto, a gestão surpreendentemente elevou sua meta de sinergias de taxa de utilização para R$ 3 bilhões por ano até o final de 2025”, destacam os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo, em relatório enviado a clientes.

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A dupla de analistas diz que, durante a teleconferência de resultados, tentará explorar a visão de longo prazo da gestão sobre despesas operacionais por margem Ebitda (Opex/margem Ebitda) considerando a visão mais construtiva sobre sinergias.

Outro tópico-chave a ser explorado na teleconferência será o aumento considerável dos recebíveis descontados, e se o Citi deve esperar que esta mudança nos métodos de pagamento altere estruturalmente a dinâmica do capital de giro da empresa.

Soares e Reboredo afirmam ainda que os resultados do Carrefour Brasil superaram as estimativas do Citi em grande parte das frentes de negócio, como Ebitda ajustado superando a expectativa em 4%; e vendas líquidas (que subiram 8% ante base anual) superando a projeção em 5%, principalmente devido ao Atacadão/Cash&Carry.

Já a margem bruta (GM) ficou 60 pontos-base abaixo da expectativa do Citi ao recuar 100 pontos-base no segundo trimestre de 2024 ante mesmo período de 2023, dado a queda de 185 pontos-base ano a ano no segmento de varejo, além de um Cash&Carry ligeiramente menor e afetado pela maior participação de B2B.

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“Uma maior alavancagem operacional resultou em uma margem Ebitda consolidada quase 100 pontos-base acima do esperado pelo Citi – OPEX consolidado igual ao projetado pelo Citi. O lucro líquido recorrente, ou seja, excluindo R$ 201 milhões de receitas não recorrentes, foi quase 29% acima do projetado pelo Citi devido a melhores resultados operacionais + menor depreciação”, escrevem os analistas.

O Citi reitera recomendação de compra para Carrefour Brasil. O preço-alvo de R$ 13 representa um potencial de valorização de 21,5% sobre o fechamento de segunda-feira (22).

Goldman

O Goldman Sachs disse que os resultados do Carrefour superaram as suas expectativas em termos de vendas, que foram impulsionadas principalmente pela bandeira Atacadão, e Ebitda, devido aos ajustes no portfólio de lojas e a uma postura mais promocional, combinada com controle de despesas e alavancagem operacional.

Os analistas Irma Sgarz e Felipe Rached esperam que o forte crescimento nas vendas seja bem recebido pelos investidores. “Porém, reconhecemos que as ações subiram +4% durante a sessão de segunda-feira (22), e +19% no último mês, o que pode limitar a reação positiva das ações após o comunicado”, ponderam, observando que a decisão da empresa de impulsionar as vendas com preços mais agressivos e ofertas de parcelamento pressionou as margens brutas e o capital de giro.

O banco manteve sua recomendação de compra para o papel, com preço-alvo de R$ 14, o que representa um potencial de valorização de 30,84% com base no último fechamento.

XP

A XP considerou os resultados do segundo trimestre de 2024 do Carrefour sólidos, destacando o “forte desempenho de receita no atacarejo (termo que serve para designar um modelo de negócio que reúne características tanto do atacado quanto do varejo) e sólida expansão da margem Ebitda ajustada”.

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A corretora destaca ainda que a companhia elevou o guidance de sinergias do Big para R$ 3 bilhões até 2025, sustentado por eficiências de custo melhores que o esperado.

As vendas mesmas lojas foram fortes, com vendas consolidadas subindo 8% (SSS +6% ex-postos), impulsionadas principalmente por um forte desempenho no atacarejo (SSS +7,4%), decorrente da recuperação da inflação de alimentos e da normalização da demanda B2B, segundo a XP.

“A operação de varejo registrou o primeiro SSS positivo desde o segundo trimestre de 2023 (+2,3%), embora com vendas decrescentes (-9% em relação ao ano anterior) devido a ajustes no parque de lojas”, afirmam os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday, e Laryssa Sumer, em relatório enviado a clientes.

“No entanto, a alavancagem operacional, as sinergias de custos e a maturação das lojas levaram a uma expansão da margem Ebitda ajustada de 0,6 p.p. em relação ao ano anterior”, destaca o time de analistas.

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Por fim, o lucro líquido do Carrefour superou a estimativa da XP de R$ 191 milhões, impactado positivamente por uma reversão de provisão não recorrente de R$ 180 milhões e um ganho de R$ 43 milhões com a venda de ativos, enquanto a geração de caixa livre atingiu R$ 3,2 bilhões, apoiada por uma melhor dinâmica de capital de giro, principalmente pela nova política de pagamento de fornecedores.

*Com informações do Broadcast