

Com duas baixas nas últimas semanas no quadro de acionistas principais, a família Diniz e o fundo soberano de Cingapura (GIC), o Carrefour (CRFB3) faz nesta sexta-feira (25), às 11h30, a aguardada assembleia que vai avaliar o fechamento de capital da filial brasileira do grupo francês listado como Atacadão na B3.
A expectativa entre analistas e investidores é que a operação de fechamento de capital do Carrefour Brasil, embora tenham minoritários ainda descontentes, seja aprovada, sobretudo após os franceses elevarem em 10% o preço proposto para as ações.
O Carrefour França têm 67,4% da operação brasileira. O resto está na mão dos minoritários. Inicialmente, havia resistência dos investidores menores sobre o preço de R$ 7,70 oferecido pelo Carrefour França, considerado muito baixo. Com isso, a matriz francesa tinha apoio declarado de apenas 8% deles.
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Alguns minoritários vieram a público declarar que não votariam pela aprovação da Oferta Pública de Aquisição (OPA) para fechar o capital, como o fundo de pensão canadense British Columbia Investment Management Corporation (BCI) e a gestora americana Wishbone Partners. Esta última classificou a proposta dos franceses como “flagrantemente injusta”, enquanto a BCI disse que a operação “subvaloriza materialmente” o valor da rede de varejo, hoje avaliada em R$ 18,2 bilhões.
A solução foi elevar no início deste mês o preço da ação em 10%, para R$ 8,50, além de mudar a data da assembleia, para dar mais tempo para os minoritários avaliarem a nova proposta. Eles têm três opções:
- vender as ações que possuem e receber 100% em dinheiro;
- receber 100% em ações do Carrefour França;
- e combinação de dinheiro e ações da matriz.
Casas como JPMorgan e Santander passaram a ver maior chance de aprovação da OPA após a elevação do preço da ação.
Dias antes da assembleia, dois acionistas resolveram zerar suas participações no Carrefour Brasil, causando surpresa no mercado. O mais recente foi o GIC, que vendeu em um leilão na B3 no último dia 17 sua fatia de 2,4% em ações da rede de supermercados, levantando R$ 425 milhões, ao preço de R$ 8,38. Dois dias antes, a gestora Península, que cuida dos recursos da família Diniz, vendeu os 4,9%, embolsando R$ 850 milhões e também zerando sua fatia. O preço médio de venda foi de R$ 8,20.
A família Diniz não poderia votar na assembleia por conta de um acordo de acionistas com o Carrefour (CRFB3) França, onde também é acionista. Por isso, em março, separou suas ações das detidas pelo GIC, que antes eram contabilizadas em conjunto, pois estavam em um fundo da Península. O fundo asiático era favorável à operação de fechamento de capital.
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