

As ações da Casas Bahia (BHIA3) lideram, com folga, os ganhos do mercado brasileiro nesta segunda-feira (10). Às 16h28, os papéis da varejista disparam 30,47% a R$ 4,71, depois de já terem oscilado entre máxima a R$ 4,99 e mínima a R$ 3,48. A empresa divulga seu balanço nesta semana, na quarta-feira (12), após o fechamento do mercado.
Nos primeiros dias de março, as ações da empresa já acumulam valorização de 81,89%. Nos últimos 12 meses, no entanto, o saldo ainda é negativo, com os ativos registrando perdas de 40,81%.
Ao Broadcast, Artur Horta, da GTF Capital, explicou que chama a atenção o forte fluxo comprador sobre as ações BHIA3 por parte da Genial Investimentos nesta segunda-feira, ao lado de JPMorgan e UBS. “Nos outros dias, esse fluxo de compra era do BTG, que é o formador de mercado”, diz Horta.
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Um relatório da XP Investimentos publicado hoje também mostrou que o short interest (SI) das ações da Casas Bahia subiu 4,4 pontos percentuais, em duas semanas, chegando a 24,7%. O SI é a razão entre o total de ações alugadas que ainda não foram cobertas ou compradas de volta para fechar a posição e a quantidade de ações free float (disponíveis para negociação em Bolsa).
Alison Correia, analista de investimentos e sócio-fundador da Dom Investimentos e da Top Gain, explica que os papéis da varejista estão passando por um movimento conhecido como short squeeze. “Uma movimentação de short squeeze acontece quando muitas pessoas alugam papéis para poder vender. Então, quando esses investidores começam a zerar essas posições, muitos institucionais acabam se aproveitando e puxando o preço para cima. Não só institucionais, mas pessoas físicas também, fazendo com que o investidor que estava vendido seja obrigado a zerar a posição”, afirma.
Queda dos juros futuros ajuda varejistas
Outras varejistas também se saem bem na Bolsa brasileira nesta segunda-feira, como Magazine Luiza (MGLU3) e Assaí (ASAI3), que registram ganhos de 6,49% e 4,12%, respectivamente. Correia explica que essas empresas são beneficiadas pela queda dos juros futuros, impulsionada pelo último resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Como mostramos nesta matéria, o PIB cresceu 0,2% no quarto trimestre de 2024 em relação ao trimestre anterior, totalizando R$ 3,1 trilhões. A previsão do Projeções Broadcast era de alta de 0,4%. O sinal de desaceleração da economia, somado a uma Selic já alta, pode fazer o Banco Central reduzir o ritmo de ajustes nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
“São dois fatores que mexem com a Casas Bahia. Primeiro, a taxa de juros de longo prazo que está caindo e favorecendo o setor de varejo, já que a varejista também irá se beneficiar se a gente tiver uma pausa de aumentos agressivos e um início de corte de juros no segundo semestre. Segundo, a movimentação de short squeeze”, resume Correia.
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