As ações da C&A (CEAB3) sobem 5,13%, liderando as altas do Ibovespa, que sobe 0,36%, na máxima aos 151 mil pontos. A companhia reportou lucro líquido de R$ 69,5 milhões no terceiro trimestre deste ano, crescimento de 62,2% em relação a igual período de 2024.
Segundo a companhia, a alta refletiu a evolução do resultado operacional, impulsionada pela expansão do Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) e pela redução da alavancagem. Confira o balanço na íntegra.
O Itaú BBA considerou os números positivos, com destaque para o fluxo de caixa livre (FCF, na sigla em inglês) duas vezes maior do que o estimado pelo banco. Veja a seguir a análise do banco.
Resultados sólidos da C&A no 3º tri
O balanço financeiro do terceiro trimestre da C&A foi considerado positivo pelo Itaú BBA, com destaque para o fluxo de caixa livre (FCF, na sigla em inglês) duas vezes maior do que o estimado pelo banco.
“A C&A apresentou, mais uma vez, um conjunto de resultados muito sólidos”, afirmam os analistas Rodrigo Gastim, Victor Rogatis, Vinicius Pretto e Kelvin Dechen, em relatório.
A equipe destaca que as vendas no conceito mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) do segmento de vestuário cresceram 8,1% (após alta de 18,9% no mesmo trimestre de 2024, elevando o acumulado de dois anos para 28,5%). Para eles, esse crescimento reforça os ganhos contínuos e relevantes de participação de mercado.
O principal destaque, consideram, foi o forte FCF de R$ 231 milhões (ante estimativa de R$ 112 milhões do banco), com a maior parte desse resultado positivo proveniente de uma sólida diferença no capital de giro (R$ 94 milhões a mais do que o estimado).
Também foram positivos outros indicadores, como a margem bruta do varejo, que continuou a se expandir (+1,6 p.p. ante um ano, +30 pontos-base em relação à estimativa), impulsionada por uma maior participação de produtos de beleza, que representam mais do que o dobro da margem bruta de eletrônicos. Eles lembram que neste trimestre, a empresa também anunciou a descontinuação total das vendas de smartphones.
O Ebitda ajustado do varejo (antes do IFRS 16) atingiu R$ 207 milhões, um aumento de 15% em relação ao ano anterior e praticamente em linha com a estimativa do BBA. O lucro líquido ajustado foi de R$ 64 milhões, um aumento de 22,5% em relação ao ano anterior (ou R$ 46 milhões excluindo a correção monetária sobre créditos tributários e impostos indevidos).
Já as vendas de vestuário por metro quadrado continuam em ascensão. “As vendas por metro quadrado foram novamente um ponto positivo, com alta de 13% ante um ano, atingindo R$ 11,4 mil/ano. Nossa análise sugere um crescimento de vendas por metro quadrado em lojas consolidadas de aproximadamente 2% acima da inflação no trimestre. Acreditamos que a C&A reduziu sua diferença de produtividade em relação à Lojas Renner em 3 pontos porcentuais ante um ano, para 38% (41% no 3º trimestre de 2024).
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Os analistas ressaltam que agora todas as atenções se voltam para o quarto trimestre. “Embora o mercado permaneça preocupado com a desaceleração macroeconômica, os efeitos climáticos e uma possível queda na arrecadação de impostos sobre roupas, ainda esperamos que a C&A continue a superar seu principal concorrente graças à execução consistente nos últimos anos”, afirmam.
O que fazer com as ações após balanço
O banco calcula que a ação da C&A é negociada com múltiplo de 8,2 vezes o lucro por ação (P/L) previsto para 2026 e por isso continua sendo a escolha preferida no setor de vestuário.
O Itaú BBA tem recomendação outperform (equivalente à compra) para a C&A (CEAB3), com preço-alvo de R$ 22, o que representa um potencial de valorização de 37,7% ante o fechamento do papel no pregão de ontem.