

A ações da C&A (CEAB3) se destacam no campo positivo da Bolsa brasileira nesta quinta-feira (27), após a empresa divulgar seu balanço do quarto trimestre de 2024. Às 16h56, os papéis disparam 10,28% cotados a R$ 9,87, oscilando entre máxima a R$ 10,24 e mínima a R$ 9,10.
A varejista de moda apresentou lucro líquido de R$ 254,9 milhões no quarto trimestre de 2024, uma alta de 59,8% frente ao resultado observado no mesmo intervalo de 2023. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado (pós-IFRS16) ficou em R$ 593,4 milhões no quarto trimestre, alta de 12,7% em relação ao dado apresentado no mesmo período do ano anterior.
De acordo com o BTG Pactual, os resultados da C&A superaram as estimativas do banco e as de alguns concorrentes da companhia. “Estamos impressionados com os investimentos estratégicos da empresa na cadeia de suprimentos, no desenvolvimento de produtos e nos serviços de crédito ao consumidor. Esses fatores têm impulsionado o desempenho da C&A nos últimos trimestres e são fundamentais para competir com plataformas de e-commerce internacionais”, afirmam os analistas do banco.
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O BTG tem recomendação neutra para a empresa, com preço-alvo de R$ 15. Embora esteja mais otimista com os papéis, o banco afirma que continuará monitorando os riscos associados à expansão da plataforma de crédito ao consumidor em um ambiente de juros altos e inadimplência elevada, além da possível concorrência mais acirrada de varejistas locais, que devem acelerar suas vendas – e concessão de crédito – nos próximos trimestres.
O Itaú BBA também vê o resultado de forma positiva, destacando que foi mais um trimestre sólido. “O segmento de vestuário para a classe média tem um perfil altamente discricionário (não essencial), o que levanta dúvidas sobre os impactos das taxas de juros elevadas no crescimento da receita. Ainda assim, a C&A está claramente fazendo o dever de casa e demonstrando melhorias consistentes na execução”, diz.
O BBA tem recomendação outperform (equivalente à compra) para as ações CEAB3, com preço-alvo de R$ 15. O banco acredita que os papéis são opções interessantes para investidores que buscam liquidez no setor de varejo.
Empresa se destaca em omnichannel
A C&A também tem se destacado quando o assunto é omnichannel, estratégia que integra canais de vendas e de divulgação, on-line e físicos, para melhorar a experiência dos usuários. É o que mostra o Score Omnichannel Brasil 2024, levantamento realizado pela Orcas, consultoria especializada em inovação e experiência do consumidor.
A pesquisa traz um questionário aberto a todas as empresas, que pode ser respondido on-line de maneira gratuita. Ela permite que qualquer negócio avalie seu estágio na transição omnichannel, ajudando a fornecer um diagnóstico e a traçar estratégias. A ideia nasceu da pesquisa de mestrado de Andrea Rios, especialista em omnichannel, fundadora da Orcas e professora convidada do MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
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O principal destaque da edição de 2024 da pesquisa foi a C&A. A empresa encerrouo ano passado com um score de 57%, figurando na categoria dos “followers” – negócios que estão em transição para se tornarem “inovadores”. Esse desempenho supera a média do setor de moda no Brasil, que é de 54%.
Segundo Rios, a C&A tem apresentado um alto nível de integração omnichannel. “A marca se destaca em quase todas as experiências avaliadas no estudo. Ela ultrapassou a Lojas Renner (LREN3), que até então era a principal referência do setor e liderava até o levantamento anterior, de 2023. “A C&A já está colhendo os frutos dessa mudança. Isso é o que pregamos: primeiro é preciso adotar a estratégia e depois o resultado chega. Se continuar nessa trajetória, tende a crescer ainda mais em 2025”, avalia.