

A equipe de análise do UBS BB adotou uma posição mais cautelosa quanto à Cemig (CMIG4) e cortou o preço-alvo para as ações da companhia, para R$ 11,20 por ativo ante valor anterior de R$ 11,50, devido às discussões sobre a federalização da companhia e a um universo com outros nomes com rendimentos melhores, destacam, em relatório, os analistas Giuliano Ajeje, Gustavo Cunha, Henrique Simões. A classificação foi mantida como neutra.
De acordo com eles, a empresa pode entregar crescimento nos lucros por meio da sua concessão de distribuição de energia, mas com perspectiva de dividendos menores do que CPFL (CPFL3) e Copel (CPLE6), por exemplo.
Eles destacam que no médio prazo a Cemig tem quase metade de suas concessões vencendo, o que pode reduzir o Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, da sigla em inglês) da área de geração e transmissão.
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O relatório assinado pelos analistas do UBS BB também destaca que a empresa tem aproximadamente R$ 800 megawatts médios (MWmed) de exposição ao submercado, o que pode trazer impacto para o lucro. “Assumimos uma diferença de preço de energia de R$ 100 por MWh (megawatt-hora) no primeiro trimestre deste ano, o que impacta o Ebitda em R$ 173 milhões”.
Na avaliação dos analistas, a partir do segundo trimestre, há uma normalização dos preços do submercado, apoiados pela melhoria da hidrologia e eventual alívio dos gargalos de transmissão.
Eles consideram, porém, a possibilidade de haver revisões para baixo nos lucros se a disparidade nos preços da energia entre submercados permanecer. Isso acontece porque, nos últimos meses, o preço de liquidação das Diferenças (PLD) tem apresentado diferenças substanciais entre o Sudeste/Centro-Oeste e Sul, que têm ficado acima dos R$ 200,00 por MWh, em relação ao Nordeste e ao Norte, que no período permaneceram a maior parte do tempo no piso regulatório de R$ 58,60 por MWh, o que pode impactar a Cemig (CMIG4).